Ela levantou cedo da cama, foi atrás de um papel que estava em sua mesinha. Não havia conseguido dormir direito pensando em como terminaria aquela carta que estava escrevendo. Mas o papel lilás no qual escreveu tudo não estava mais lá. Procurou por todos os lugares, não encontrou. Desapontada, pegou um caderno e escreveu:
Te escrevi diversas palavras secretas em um papel lilás. Não tinha coragem de te entregar, mas no dia seguinte, elas não estavam sobre minha mesa. Não sei como foi possível que sumissem assim sem que eu pudesse, de alguma forma, notar. Pensei que talvez eu não as tivesse escrito de verdade, mas o que acontece é que foi muito verdadeiro pra ser um sonho. Queria te dizer todas as coisas de que sempre tive vergonha. E todas estavam grafadas ali.
Te escrevi diversas palavras secretas em um papel lilás. Não tinha coragem de te entregar, mas no dia seguinte, elas não estavam sobre minha mesa. Não sei como foi possível que sumissem assim sem que eu pudesse, de alguma forma, notar. Pensei que talvez eu não as tivesse escrito de verdade, mas o que acontece é que foi muito verdadeiro pra ser um sonho. Queria te dizer todas as coisas de que sempre tive vergonha. E todas estavam grafadas ali.
Não tenho mais vergonha de te dizer tanta coisa. A gente acostuma e até se sente à vontade pra tudo. Disse eu em meu papel lilás que toda distância é insignificante, quando se tem aquele coração absolutamente entregue a todos os sentimentos que pulsam em cada momento que ele bate. Em cada gota de sangue que passeia por cada uma de minhas veias. Não tenho vergonha, porque tê-la é como se eu não me importasse com todo sorriso e carinho que você me deu e me dá todos os dias. É como se cada atitude sua pra mim não fosse importante. E não assim, porque, se você respira, já é importante pra mim.
Me veja naquela lua que você me mandou ver e que eu não consegui, mas que sabia que apareceria para mim. Me veja em todo espelho que você olhar, porque eu sei que reflito um pedacinho que seja de sorriso em você. Me veja em toda esquina, em cada pensamento. Feche os olhos e me veja te falando tudo que nunca tive coragem. Saiba que tenho coragem de te dizer o que sinto, porque sinto e sei que é uma porção do que me faz viver. E não importa que seja pela boca, ou por papéis lilazes, verdes ou amarelos, o que se sente deve ser completamente dito, completamente demonstrado, completamente sentido. O papel eu sei que não vou mais encontrar, mas não preciso, porque encontrei você.
E eu só queria te dizer que eu sinto que vou te amar até a minha última diástole.
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Uauu !!!
Se inspirou bunito ein *-*
Lex disse...
6 de abril de 2010 às 20:53