Meu inferno sou eu.
Nele há medos e inseguranças
que
não transparentes
me fazem crer como se
não fossem de verdade.
Meu inferno está
completamente em mim.
Nessa angústia e vontade de não ser
o que poderia ter sido,
quando às vezes realmente sou
o que nunca seria.
Meu inferno não vem
de alheias palavras
produzidas meticulosamente
pra machucar.
Meu inferno vem
de aceitar essas palavras
como se fosse a total verdade
sobre mim.
Meu inferno está
em meus olhos de inveja.
Está em minhas mãos
que se fecham.
No desejo de indiscretamente
destruir planos e sonhos
que não vão me ferir.
Meu inferno está na boca
que me deixa falar
palavras devastadoras,
que me permite ser ardiloso e
cruel.
Meu inferno está
na gargalhada escandalosamente
constrangedora
diante das lágrimas mais doloridas
de quem quer que seja.
Meu inferno é em mim,
porque se assim aprendi a viver,
é apenas ele que mereço.
E se é essa chama que me mantem vivo.
Devo me queimar e destruir nela
- e somente nela -
até que nada mais reste.
Ou até que reste todo desprezo
do mundo
em cada pá de areia atirada sobre meu caixão
- e, se me fiz inferno, -
apenas inferno,
nenhuma lágrima,
nenhuma flor.
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