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Rodado

*Baseado em fatos reais*

Cecília adorava músicas e não tinha preconceitos. Seu computador era repleto de música para qualquer gosto. Seus amigos tambem gostavam muito de música, mas nenhum tanto quanto ela. Um dia, um de seus amigos lhe pediu um cd com algumas novidades. Ela já havia comprado alguns CD's virgens. Então fez uma seleção bem eclética e colocou o CD para gravar. De repente o programa lhe mostra a seguinte mensagem: "Este disco já está usado. Por favor, insira um disco virgem." Cecília ficou boquiaberta. Quem havia violado, corrompido seu CD?! E até hoje Cecília busca respostas.

PS: O nome da pessoa com quem aconteceu o fato não foi alterado para garantir sua segurança.

Dois em Um

Você me olha e diz que me ama.
Eu mergulho nos seus olhos do mesmo jeito que você megulha nos meus: sem volta.
Dizer "eu te amo" não é suficiente.
Então me calo e deixo rolar.
Vejo seus olhos se fecharem como que pedindo um ou dois ou mais beijos.
Fecho também meus olhos.
Não vejo, mas sinto tudo que você sente.
A gente se mergulha.
A gente se funde.
A gente não existe separadamente.

Serenamente

Paulo era homem feito com jeito de menino. Paulo tinha desejos. Queria se isolar, queria viver só, às vezes. Era como se o mundo fosse um espaço que não lhe dava alegrias. Outras vezes queria todo mundo por perto. Por ele, se trancaria numa casa com seus amigos pra sempre. Era confuso, sim. Morria de raiva e alegria. Mas era uma cara legal que se importava com as pessoas de modo geral. Procurava tratá-las do melhor modo possível. Atencioso, carinhoso e verdadeiro com todos. Seu jeito o fazia uma pessoa querida, uma pessoa amada. Ele sabia que, agindo assim, faria diferença.
Paulo sentia falta de muita coisa, até de coisas que nunca teve. Pra ele sentir falta era mais que sentir saudade. Ele não sabia explicar, mas era assim. Se saudade já era forte, imagine então o que seria sentir falta? Ele sentia falta de alguém que vivesse sempre com ele, pra conversar, pra querer bem. Pra fazer de um tudo. Então ele sonhou, sonhou, sonhou. E, com toda serenidade que possuía, nunca mais acordou, mas fez diferença.

Esquinas

Já era quase noite e Diogo continuava a caminhar. Queria sua família de volta. Mas, desde o momento em que pegou a carta que a menina deixara cair, sentiu que aconteceria algo bom. Com esperança caminhou até avistar alguém e pedir uma informação. "Como chego à praça?". Ele tinha uma meta. Ele precisava de ajuda. A senhora logo lhe disse que não devia andar pelas ruas, uma vez que já estava escurecendo. "Seus pais estão lá, garoto?" "Não sei, mas eu preciso chegar lá." "Então vou levá-lo."
Depois de pouco caminharem, o menino olhou para todos os lados e não sabia porque deveria estar ali. Não sabia nem o que procurar. Foi quando viu alguém dobrar a esquina. "É ela!". Ele não podia deixá-la escapar mais uma vez. Correu e dessa vez a alcançou.
- Oi! Você deixou cair isso.
- Meu 7 de copas, muito obrigada é... é...
- Diogo. E você?
- Gabi. Mas você estava atrás de mim todo esse tempo?
- Não. Quer dizer, talvez. Mas é que me perdi de meus pais e fiquei andand...
- Peraí. Eu sabia que meu 7 de copas trazia sorte. Seus pais passaram na praça não tem cinco minutos. Perguntaram se eu tinha te visto, mas quando a gente se esbarrou nem prestei atenção em você. E...


- Di... Di? Diogo, meu filho, acorda!
- Ma-ma-mãe?!
- Sim, filho. Sou eu. Quem pensou que fosse?
- É... É... Deixa pra lá.
- É bom mesmo. Já tá quase na hora de sair pra sua aula. Vou terminar de fazer seu café e já te chamo.

Diogo bocejou, levantou-se, pegou o 7 de copas que guardava numa gaveta e sorriu.





Gabi veio de
http://galinhacrioudente.blogspot.com/2008/02/adeus-7-de-copas.html

Perdido

Diogo caminhava desorientado pelas ruas. Um menino perdido. Um menino com medo. Passava por muitas avenidas, muitos carros, muito barulho. Quase fora atropelado. Sem rumo, continuou a andar. Preocupado. Não sabia voltar à sua casa. Esbarrou em uma menina. A garota assustou-se no momento, mas seguiu, cabisbaixa, o seu caminho. Depois de se recompor, Diogo viu que a menina deixara cair algo no chão. Uma carta, um sete de copas. Não entendeu por qual motivo alguém andaria pelas ruas com um sete de copas nas mãos. Mas precisava devolver, afinal, não era dele e a dona deveria ter os seus motivos. Olhou para a frente e viu, longe, a menina dobrar uma esquina. Diogo correu, correu, mas não conseguiu encontrá-la. Não sabe nada sobre ela, não sabe sequer o seu nome. Mas se o acaso fez eles se encontrarem uma vez, poderia fazê-lo por uma segunda vez, pensou.


Milla aqui mais uma vez...
http://galinhacrioudente.blogspot.com/2008/02/adeus-7-de-copas.html
Veja o blog dela. É inspiração. =]

Luis

Luis era menino inteligente e, aos 6 anos, descobriu que tinha o dom de ver onde não existia cor. Ele se tornou triste por isso. Sabia que não havia cor, mas nada podia fazer. Por noites ele chorava. Não conseguia dormir e via, por tantas vezes, as pessoas se destruindo. Faltava cor! Faltava cor! Depois de alguns meses, o menino já não saía mais de casa. Um dia, sua mãe, desesperada, foi levá-lo ao médico. Quando estava próximo do consultório, Luis viu Maria*, com seus lápis mágicos, colorindo tudo. Eles se apresentaram e, nesse instante, o garoto viu que seria útil à humanidade.
- Maria, você colore as coisas! - falou entusiasmado.
- É, mas eu já colori tanto que hoje não consigo mais ver onde falta. Às vezes até pinto duas vezes o mesmo lugar.
- Maria, eu tenho o dom, eu sei ver onde falta cor.
Nesse momento, os olhos de ambos brilharam intensamente.
- Eu vejo onde falta e você colore. Vamos Maria, vamos salvar o mundo.
- Vamos! Vamos sim, Luis!
A mãe de Luis ficou triste, mas entendeu. Era a sua missão e os dois foram em busca de um mundo melhor.

*Maria é uma criação de Milla e pode ser vista em http://galinhacrioudente.blogspot.com/2008/01/olhou-para-um-lado-olhou-para-o-outro-e.html

Oscilações de Mim

Quero ser eu
Sei que posso
Sei que sou.

É inevitável se ser
Assim como é inevitável descontrolar-se.

Então me descontrolo!

E, às vezes, me finjo
Me tinjo de máscaras cor de medo
Não sou mais eu
Mas se ser é inevitável
E volto a mim.

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