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Divinamente

Divinamente dilaceradas.
Tua carne e tuas vontades.
Corrompidas e corroidas
como nunca vi igual.

Senti vontade de correr.
Aprisionada como sou capaz de lidar?
Prazer, meu divino sentimento.
Dor, tudo que podes sentir.
Dó, que ninguém tenha,
não a mereces.

Recorri a ti, não me deste alternativa.
Confiei em toda palavra rasgada,
roubada de algum poema,
de alguma música,
de algum filme,
de qualquer pessoa.

Não tinhas palavras próprias,
eras uma cópia mal feita
de cada sorriso sem vontade de ser.

Divinamente dilacerei mãos, pés,
sonhos e desejos.
Todos teus, se ainda crer.
Tua vida não existe,
mas eu continuo vagando sem as minhas respostas.
Tudo que tenho agora
é teu sangue em minhas mãos.
Teu sangue coagulado em mim
como se me fosse parte.

Sabes que de ti
eu nada tenho e nem quero ser.
Dizem que uma mulher de fibra
não precisa se submeter.
E eu divinamente me submeti a ti.
E agora como fibra em meu tato
carrego tua vida,
mas não por tanto tempo.
Não era bem assim que eu
te queria em minhas mãos.

Entretanto assim é
como tua vida se dispôs.
Agora é divinamente minha e em instantes
escorrerá pelo ralo
como se nunca tivesse sido.

Boa sorte com o que queres de novo.
Acredite em você.
Sempre tive essas palavras de você.
Leve-as de mim.
Lavo-as de mim.
Divinamente.

1 comentários:

Que lindoooooooo...
Arrasou flavitcho!!

29 de abril de 2010 às 06:47  

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