Abrir-se

Abrir-se é um caminho sem volta, quando se é exageradamente sentimento.
Se tentar ser razão, espero que tenha sucesso.
Não eu.
Não tive.

Procurei ser razão e ele derrubou toda torre falha de cartas que montei.
Sim, ele é o sentimento.
Não consideraria fraqueza declamar poesias inteiras no íntimo
e aos olhos.
Não sonharia dedicar músicas que não parecessem ter sido feitas para meus momentos.
Sob medida.
Sob pressão de nunca mais sentir tal sentir.

E, ao abrir-se ao mundo e aos olhos do sentimento,
tentar não ser sentimental passa a ser cruel.

São pontadas de dor por revelar o segredo ao mundo.
E ao mundo quer dizer a apenas ele.

Abrir-se: o rasgar do peito que não retorna à condição nenhuma anterior.
De olhos fechados, quando se entrega a qualquer destino incerto.
Uma vez jogado como um tapa forte na cara, não há o que esconder.
E se sentir já é difícil, a falta de resposta é ainda mais agonizante.

Abrir-se é esvaziar, é morrer até a resposta.
E, se não há uma resposta certa,
abrir-se é transformado em morte, em vazio e ferida aberta.
Até que a cicatriz feche tudo que foi entregue
e faça esquecer que a qualquer momento será necessário abrir-se outra vez.

Recomeçar

Foi como o primeiro beijo,
Foi como o fácil gostar.
Teu olhar se fez pra mim
Como um mistério a se resolver.

Como és de lindos olhos,
declaro-me teu contemplador
Sonho o momento do amor
E espero trazer-te felicidade.

O encanto de teu sorriso
não foge da memória.
Enquanto o doce de teus lábios
Faz meu delírio crescer
Faz meu corpo adoecer de saudade.

Se é teu corpo fonte de meu calor
Que derreta o frio outrora deixado.

E que o fim seja mais um começo.

Tão Longe, Tão Perto

E de sentir o bater no peito mudar
um sorriso surge diferente.
Revisito os dias de dor
pra saber como não repetir.

É uma saudade de um abraço pouco dado,
mas intensamente sentido.
E com todo sentido.

São os olhos que beijam.
É o corpo do perfeito encaixe.
É a combinação instantânea.
É um nascer que não se pretendia,
é a surpresa de se ter maravilha naquele inesperado sorriso.

É o medo de deixar acontecer,
é o espaço que não se mede,
é a vontade de puxar pra perto
como uma garrafa da mais deliciosa bebida,
como um pedaço do melhor doce.

É o desejo de ter ao redor o que se afastou,
mas que parece pertencer até muitos futuros dias.

É o medo de admitir um sentimento,
mas é principalmente a felicidade
de deixar o coração bater como se fosse novo.

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