Blogger Template by Blogcrowds

Medo de Amar

Medo de amar é uma forma de amar. É o querer descontrolado em que devemos colocar nossas próprias barreiras seja pelo receio de se ferir ou de magoar outras pessoas. Um choro cheio de vontade de querer e de fingido desinteresse. 
Amar pode se tornar uma das atitudes mais difíceis a se tomar. Sim, amar também requer a atitude de amar, não apenas a vontade e o sentimento. Apesar de que com esses dois últimos fica bem mais fácil. Quando o coração palpita, esse sentimento explode e a vontade é apenas louca de querer se jogar num relacionamento. Traz pra perto o desejo de estar próximo de todos os detalhes do outro. 
Um outro que se torna parte, que se torna meu e que como nenhum outro poderá ser. 
Acontece que isso são apenas desejos de se estar e um amor jamais pode sobreviver de um lado só. A convicção do amor é absoluta, mas a certeza do querer do outro lado pode ser duvidosa, por isso dolorosa, por fim, o medo de amar.
Se um dia a atitude de esquecer o medo existir de ambos os lados, o amor poderá prevalecer com tudo que o define. E é isso que te faz seguir.

O Mais Íntimo do Olhar

Não sei se te conheço, mas te amo.
Talvez por isso te ame mais.
Exatamente assim agarrado ao descompasso do coração.

Nunca pensei tocar teus lábios com meu desejo de comer-te vivo
como canibal de um amor que é carne pulsante.
Nunca sequer imaginei vida sem ti.
Nem poderia me esconder de teu olhar.

Teu corpo é o verso que falta em meu inacabado poema.
E é a conexão dessas letras em significado íntimo
que me faz te querer mais e mais e mais vezes
da maneira mais impura possível.

É meu jeito louco de querer que minha individual impureza de pensamentos
transforme-se em pura e cristalina febre de tesão.
Sem entender o significado desse querer,
se puro,
se impuro,
minha mente contorce em imaginação o nosso emaranhado de corpos.

Figuras que se batem, se arranham,
se rasgam em desejo e ganham, ao final de uma luta ardente,
o olhar mais puro que só um verdadeiro amor pode revelar.

Abrir-se

Abrir-se é um caminho sem volta, quando se é exageradamente sentimento.
Se tentar ser razão, espero que tenha sucesso.
Não eu.
Não tive.

Procurei ser razão e ele derrubou toda torre falha de cartas que montei.
Sim, ele é o sentimento.
Não consideraria fraqueza declamar poesias inteiras no íntimo
e aos olhos.
Não sonharia dedicar músicas que não parecessem ter sido feitas para meus momentos.
Sob medida.
Sob pressão de nunca mais sentir tal sentir.

E, ao abrir-se ao mundo e aos olhos do sentimento,
tentar não ser sentimental passa a ser cruel.

São pontadas de dor por revelar o segredo ao mundo.
E ao mundo quer dizer a apenas ele.

Abrir-se: o rasgar do peito que não retorna à condição nenhuma anterior.
De olhos fechados, quando se entrega a qualquer destino incerto.
Uma vez jogado como um tapa forte na cara, não há o que esconder.
E se sentir já é difícil, a falta de resposta é ainda mais agonizante.

Abrir-se é esvaziar, é morrer até a resposta.
E, se não há uma resposta certa,
abrir-se é transformado em morte, em vazio e ferida aberta.
Até que a cicatriz feche tudo que foi entregue
e faça esquecer que a qualquer momento será necessário abrir-se outra vez.

Recomeçar

Foi como o primeiro beijo,
Foi como o fácil gostar.
Teu olhar se fez pra mim
Como um mistério a se resolver.

Como és de lindos olhos,
declaro-me teu contemplador
Sonho o momento do amor
E espero trazer-te felicidade.

O encanto de teu sorriso
não foge da memória.
Enquanto o doce de teus lábios
Faz meu delírio crescer
Faz meu corpo adoecer de saudade.

Se é teu corpo fonte de meu calor
Que derreta o frio outrora deixado.

E que o fim seja mais um começo.

Tão Longe, Tão Perto

E de sentir o bater no peito mudar
um sorriso surge diferente.
Revisito os dias de dor
pra saber como não repetir.

É uma saudade de um abraço pouco dado,
mas intensamente sentido.
E com todo sentido.

São os olhos que beijam.
É o corpo do perfeito encaixe.
É a combinação instantânea.
É um nascer que não se pretendia,
é a surpresa de se ter maravilha naquele inesperado sorriso.

É o medo de deixar acontecer,
é o espaço que não se mede,
é a vontade de puxar pra perto
como uma garrafa da mais deliciosa bebida,
como um pedaço do melhor doce.

É o desejo de ter ao redor o que se afastou,
mas que parece pertencer até muitos futuros dias.

É o medo de admitir um sentimento,
mas é principalmente a felicidade
de deixar o coração bater como se fosse novo.

Brilho dos Meus Olhos

Brilho dos meus olhos,
é como deveria te chamar.
É dessa maneira que sinto
esse sentimento estranho me envolver
e tentar dominar.

Pelas feridas passadas,
vou me permitindo aos poucos.
Controlo as expressões de grande entusiasmo
e ao me isolar
deixo vários sorrisos rolarem e me encherem de felicidade,
enquanto te faço passear em meu pensamento.

Se algo está nascendo,
que seja pra me fazer feliz,
que seja pra renovar os meus íntimos ares.
Se um dia eu voltar a sorrir como costumava ser,
que seja porque toda felicidade guardadinha em mim reflete para o mundo,
por ser você
o brilho dos meus olhos.

A Droga de Viver

Quer se morrer no instante em que se foi dito o não.
Mas tudo que é próximo te diz pra ser forte e prosseguir,
enquanto se tranca no quarto e chora.

Desaba-se e desabafa-se com tanta frequência,
que é quase impossível acreditar
que um amor pode causar tamanho abismo interior.

Agarrando-se ao travesseiro que parece renomeado de esperança,
encharcado já em lágrimas de solidão,
à espera de um arrependimento,
de umas doses de caridade.

E a certeza de como somos baixos e egoístas ao sofrer.
Aponto isso como um direito.

As forças que equilibram o corpo parecem correr direto para o coração,
para ajudá-lo a superar,
enquanto faz todo corpo arder em tristeza e saudade.

A parte mais fragilizada recebe toda a força de que precisa para superar
e todo o resto acaba por não se sustentar.
Isso significa perder o chão.

E, por falar em perdas,
cada lágrima que vai não é,
infelizmente,
uma memória que se apaga.
Talvez, felizmente.

E o conselho que vem é que se precisa viver.

É uma pena ser um conselho tão correto e tão difícil.
Perde-se a segurança, a confiança e o desejo.
Os olhos apagam aos poucos, até o limite.
O corpo sente a falta de liberdade no rosto e no sorriso,
e tenta voltar a sorrir,
as memórias começam a se distanciar,
o coração vai fortalecendo e devolvendo a força que equilibra o corpo de pé.

O chão volta a aparecer
e descobrimos a droga de viver,
quando percebemos que isso é um ciclo
que sempre volta a se repetir.

Pela proteção que me dou

perco o mundo ao redor e costumo não arrepender.

Ações falhas, escassas,
na verdade, nenhuma delas.

Apenas sonhos de "algo adiante"
e um longo aguardar de medo e ansiedade.
Exposição como medo contínuo de toda uma vida.
É sentir falta e não ter coragem.
É um "se guardar" covarde.

Proteção que cria barreiras,
que bate a face duas, três vezes.

É o não aprendizado,
a não transparência.

É o "serei" sem se ser.
É o "farei" sem que se faça.

Reflexo dos olhos ao mundo
por dentro de uma alma chorosa.

É o grito mudo daquela revolução que se quer pra si,
mas que nunca foi vista em guerra.

Como Almas Gêmeas

Solta um grito desesperado e acelera o passo pelo longo corredor. Abaixa a cabeça, como se não quisesse se fazer ver. Leva as mãos fechadas como se um segredo precisasse ser guardado. Passos rápidos, respiração cortada, forte, ofegante. Corre até o fim e avista a porta. Com os olhos desacostumados com tanta luz, tenta andar e tropeça. Cai. Não precisa de ajuda, ou não quer que percebam. As mãos continuam fechadas. Sangue. Sente como se escapasse sangue de seus dedos. Abre as mãos e percebe que, na verdade, toda dor ainda está guardada e que o sangue é uma sensação. Apenas uma sensação. 
Ergue o olhar, sai pela porta e sente a confusão do mundo de fora. Tanto tempo reclusa, perdeu a noção de tempo, de direção. E o não saber aonde ir é desesperador. Encosta na parede. Respira. Não consegue maquiar o olhar assustado. Sente medo das pessoas porque é como se todos aqueles rostos fossem apenas um. O amor era correspondido, até um final de semana atrás. Até a dor da separação tomar conta e fazer sofrer. Fecha os olhos, respira, sente o mundo de fora e volta lentamente para seu quarto. Vai sofrer um pouco mais, antes de sentir que está pronta. 
Mas sabe ela que, por alguma razão, ele repete todo esse sofrimento. 
Como almas gêmeas.

Ciclo da Raiva

Raiva que mata,
que fere,
que rasga,
que rompe,
que faz sumir, esvaecer.

Raivas são delírios,
impulsos ou até mesmo uma parte de um ato ensaiado.
Inteiramente premeditado.

Minha raiva é doce e simples,
como raiva de ter raiva.
E, por outras vezes,
raiva de não tê-la.

Dissipa, despe de tudo e de toda ela se veste.
Deforma o bom,
embaça,
faz acabar prantos de formas não convencionais.

Faz não enxergar.
Querer exageros,
extremos por vezes violentos.

E basta um descanso
para perceber-se equivocada.
Envergonha-se.
Desculpa-se.
Compõe-se.

E segue em frente, por fim,
até quando todo o ciclo reinicia.
Numa raiva que mata, que fere, que rasga.

Ame Além

Amor é pra ser dividido. O espaço pra guardar amor é um caixinha bem pequenininha que fica num cantinho do coração. Que é pra a gente não prender, que é pra a gente não guardar.
E quando o amor acaba?
Imagine todo amor do mundo que você tem por alguém (ou teve), precisando ser guardado e voltar pra essa caixinha mínima. O fato é que ele não cabe de volta. E de forma alguma poderia ser guardado. Então a gente sofre, porque aquele amor todo fica passeando por dentro, trazendo lembranças e fazendo doer. Então sobram duas opções: ou você sofre ou deixa que o outro leve aquele amor.
E se é pelo bem, permita que esse amor vá, que te deixe.
Fale. Ou grite! Mas dê passagem ao sentimento que não pode ser preso.
Ame além.
De outras maneiras.
Em outros espaços geográficos.

Não se conforte com o amor para dois que completa seu ciclo em você mesmo.

Não se contente.
Ame além.
Sofra se preciso, não esqueça, guarde memórias, flores, recados, palavras de profundo sentimento.
Mas não deixe que machuque mais do que deve - se é que deve machucar.
Respire,
reaja,
sorria,
e não se livre daquela caixinha em seu coração que produz amor sem aceitar devoluções.
Espalhe.
Ame além.

Guarde Todo Amor

Se chamam de amor o que vivi,
o futuro tem que me dar mais
por merecimento.
Às vezes é comum pensar que amor é fácil de se classificar,
nomear, representar, traduzir, entre tantos outros verbos.

Uns o chamam de difícil, complicado,
outros já acham que, se não vem fácil, não é amor.
Precisaria ele apenas acontecer?
À primeira vista?
De supetão?
No susto?
Ou o certo é edificá-lo aos poucos?
Passando todas dificuldades consideradas necessárias?

A questão é que o amor não é previsível.
O momento que o desperta é um segundo,
fica pela conta de cada um como alimentar a expectativa - ou não -
desse único segundo que bagunça tudo.

Na mais que humilde opinião que dou,
o interesse para o amor pode acontecer
à primeira vista,
de supetão,
no susto.
Mas a sua fortaleza só vem depois que tanto se colocar em limites
e querer continuar por ele,
mas não precisamos de batalhas sangrentas.

Faz pelo amor o que ele merece
sem empecilhos ou bloqueios.
Entrega tua alma, todo teu desejo.
E ama.
O amor pode ser despertado em um segundo
e de alguma forma ele é alimentado, cultivado.

E a partir do momento que seu próprio conceito é dúbio,
alcançá-lo é um feito glorioso.

Então guarde todo amor.
Não permita que ele desaconteça.

Postagens mais recentes Postagens mais antigas Página inicial