Quer se morrer no instante em que se foi dito o não.
Mas tudo que é próximo te diz pra ser forte e prosseguir,
enquanto se tranca no quarto e chora.
Desaba-se e desabafa-se com tanta frequência,
que é quase impossível acreditar
que um amor pode causar tamanho abismo interior.
Agarrando-se ao travesseiro que parece renomeado de esperança,
encharcado já em lágrimas de solidão,
à espera de um arrependimento,
de umas doses de caridade.
E a certeza de como somos baixos e egoístas ao sofrer.
Aponto isso como um direito.
As forças que equilibram o corpo parecem correr direto para o coração,
para ajudá-lo a superar,
enquanto faz todo corpo arder em tristeza e saudade.
A parte mais fragilizada recebe toda a força de que precisa para superar
e todo o resto acaba por não se sustentar.
Isso significa perder o chão.
E, por falar em perdas,
cada lágrima que vai não é,
infelizmente,
uma memória que se apaga.
Talvez, felizmente.
E o conselho que vem é que se precisa viver.
É uma pena ser um conselho tão correto e tão difícil.
Perde-se a segurança, a confiança e o desejo.
Os olhos apagam aos poucos, até o limite.
O corpo sente a falta de liberdade no rosto e no sorriso,
e tenta voltar a sorrir,
as memórias começam a se distanciar,
o coração vai fortalecendo e devolvendo a força que equilibra o corpo de pé.
O chão volta a aparecer
e descobrimos a droga de viver,
quando percebemos que isso é um ciclo
que sempre volta a se repetir.
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