Corri pela casa imperceptivelmente com as lágrimas pesando nos olhos já cansados de derramar solidão. O medo de que fosse percebido pelos habitantes do mundo era maior do que qualquer coisa. Numa das maiores e mais difíceis tarefas da vida consegui enxugar e estancar o sofrimento que vibrava em meus lábios. Deus sabe o que faz, sempre me disseram, respirei. Os sorrisos murcharam como flores e foram todos pisoteados como se nunca tivessem existido. Não queria sentir isso e não desejo a ninguém. Depois do desabafo e das palavras de confiança adormeci e sonhei. Sonhei com um futuro que se ajeitava e realizava todos os sonhos e, logo depois, com um futuro perdido e sem direção. Acordei como se tivesse perdido os meus motivos e, por algum tempo, em mim, sei que estão todos perdidos. As palavras e a ânsia de saber desgastaram uma sintonia que parecia nunca poder ser tocada. Acompanhando os sabores amargos, a dúvida do que aguarda cada futuro nascer do sol. Cada sorriso será capaz de voltar? O aguardo é o que mais doi e é o tempo que vai dizer. Sempre o irônico tempo. Espero que ele não faça lentos avanços pra mim. Preciso voltar a viver.
Marcadores: Contos
Postagem mais recente Postagem mais antiga Página inicial
Assinar:
Postar comentários (Atom)
0 comentários:
Postar um comentário