Pela proteção que me dou
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Raiva que mata,
que fere,
que rasga,
que rompe,
que faz sumir, esvaecer.
Raivas são delírios,
impulsos ou até mesmo uma parte de um ato ensaiado.
Inteiramente premeditado.
Minha raiva é doce e simples,
como raiva de ter raiva.
E, por outras vezes,
raiva de não tê-la.
Dissipa, despe de tudo e de toda ela se veste.
Deforma o bom,
embaça,
faz acabar prantos de formas não convencionais.
Faz não enxergar.
Querer exageros,
extremos por vezes violentos.
E basta um descanso
para perceber-se equivocada.
Envergonha-se.
Desculpa-se.
Compõe-se.
E segue em frente, por fim,
até quando todo o ciclo reinicia.
Numa raiva que mata, que fere, que rasga.
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Amor é pra ser dividido. O espaço pra guardar amor é um caixinha bem pequenininha que fica num cantinho do coração. Que é pra a gente não prender, que é pra a gente não guardar.
E quando o amor acaba?
Imagine todo amor do mundo que você tem por alguém (ou teve), precisando ser guardado e voltar pra essa caixinha mínima. O fato é que ele não cabe de volta. E de forma alguma poderia ser guardado. Então a gente sofre, porque aquele amor todo fica passeando por dentro, trazendo lembranças e fazendo doer. Então sobram duas opções: ou você sofre ou deixa que o outro leve aquele amor.
E se é pelo bem, permita que esse amor vá, que te deixe.
Fale. Ou grite! Mas dê passagem ao sentimento que não pode ser preso.
Ame além.
De outras maneiras.
Em outros espaços geográficos.
Não se conforte com o amor para dois que completa seu ciclo em você mesmo.
Não se contente.
Ame além.
Sofra se preciso, não esqueça, guarde memórias, flores, recados, palavras de profundo sentimento.
Mas não deixe que machuque mais do que deve - se é que deve machucar.
Respire,
reaja,
sorria,
e não se livre daquela caixinha em seu coração que produz amor sem aceitar devoluções.
Espalhe.
Ame além.
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Se chamam de amor o que vivi,
o futuro tem que me dar mais
por merecimento.
Às vezes é comum pensar que amor é fácil de se classificar,
nomear, representar, traduzir, entre tantos outros verbos.
Uns o chamam de difícil, complicado,
outros já acham que, se não vem fácil, não é amor.
Precisaria ele apenas acontecer?
À primeira vista?
De supetão?
No susto?
Ou o certo é edificá-lo aos poucos?
Passando todas dificuldades consideradas necessárias?
A questão é que o amor não é previsível.
O momento que o desperta é um segundo,
fica pela conta de cada um como alimentar a expectativa - ou não -
desse único segundo que bagunça tudo.
Na mais que humilde opinião que dou,
o interesse para o amor pode acontecer
à primeira vista,
de supetão,
no susto.
Mas a sua fortaleza só vem depois que tanto se colocar em limites
e querer continuar por ele,
mas não precisamos de batalhas sangrentas.
Faz pelo amor o que ele merece
sem empecilhos ou bloqueios.
Entrega tua alma, todo teu desejo.
E ama.
O amor pode ser despertado em um segundo
e de alguma forma ele é alimentado, cultivado.
E a partir do momento que seu próprio conceito é dúbio,
alcançá-lo é um feito glorioso.
Então guarde todo amor.
Não permita que ele desaconteça.
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Ele pensa pra fazer e faz pra poder pensar,
porque sente não ter obrigação de fazer sempre da mesma maneira.
Ele senta pra descansar, ele para pra ouvir.
Ele corre pra chegar, ele chora pra libertar,
mas chora escondido.
Ele ouve pra passar o tempo, ele teima pra alcançar.
Ele dança pra viver, ele fala pra valer a pena.
Ele tenta acertar, ele sofre pra aceitar.
Ele ama loucamente.
Depois de tanta ação, ele deita pra dormir.
Ele sonha pra conseguir.
Ele faz e acontece.
Ele acorda pra viver, ele acorda pra sair.
Ele acorda pra fazer valer a pena.
Mais uma vez.
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Sofre pelo mal que te causam
como injustiça a ser vivida
por obrigação.
Teus atos são por lágrimas.
Sem razão, sem espera.
Corre teus olhos pelas folhas
de árvores secas
não apenas por sombras já inexistentes.
Mas pelo derramado
e já seco sentimento
e já findo pulsar
de um morto coração.
Sem sangue.
Sem bater aparentemente.
Sem ter, nem sentir.
Apenas ao encher de um peito
que não alivia,
mas que o quer de uma vez.
Chegam as horas
e o tempo tedioso sinaliza,
bate, lembra,
tira de mim, esvazia,
pausa, bate,
para, dispara
e mata.
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Em cada centímetro de querer meu por ti
cabem mais incomensuráveis outros metros.
É quando me percebo ao te querer com aquele desejo
que fere o olhar e o meu segredo.
Em cada palavra que eu possa te dedicar
cabem mais quilômetros e quilômetros de um sentimento
de uma sensação louca e desesperadamente louca
como louco fico.
E os ventos gelados que me trazem cada vez mais
a vontade.
Eles que fazem surgir as necessidades que com tanta luta
eu havia conseguido esconder.
Depois de tanto escancarado querer,
te peço de volta minhas forças, o meu chão
e a minha capacidade de voltar.
Não posso mais me considerar o mesmo
depois que me deste de presente o teu olhar.
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Mais certo do que clichê,
falta amor no mundo.
Falta um sorriso bonito pra qualquer um.
Falta um bem pra qualquer quem.
Falta o olho no olho, aquela verdade.
Falta a falta de mentira.
E tudo que dizem que falta.
Falta a parte de cada um.
Falta essência.
Esperar pelo alheio é como tirar a certeza do caminho.
Fala-se das faltas do mundo.
E o mundo sofre.
E o mundo chora.
E o mundo espera.
No final, existe um eu num cantinho
sofrendo, chorando e esperando,
encolhido nas suas faltas,
nos seus místério,
sem nenhum conforto do mundo.
Apenas o só e somente sozinho,
mais certo do que redundante.
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Minhas impressões são sem sentido e sem motivo.
Penso, penso, penso até demais,
mas de externar tenho medo.
Espero guardar, guardar,
manter tudo bem egoisticamente.
Sim, só pra mim.
Ao meu alcance, ao meu conforto.
Até quando nada cabe mais e as explosões de palavras surgem.
Explodir em palavras pode ser lindo.
Pode ser poético e suave,
pode ser como um pedaço delicadinho de mim,
que eu talvez nem soubesse que existisse.
Explodir em palavras também pode ser extremamente nocivo,
pode ser destrutivo e desagregador.
Minha palavra te acarinha e pode te triturar em ti,
fazendo perder o sentido e misturar as emoções.
O despejar tudo deixa notável em impossível separação.
Se bom ou se mau cabe ao olhar de quem vê e de quem pensa.
Fato: todo pensam, às vezes demais.
Mas de externar, o medo.
Medo de parecerem todos lindos tolos,
em suas impressões sem sentido e sem motivo.
Aparentemente.
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