É,
todos os dias são os mesmo dias.
Mudam os nomes, mas não mudam os dias.
Nessa cidade, um tédio e uma vontade tomam conta.
Passei a aproveitar o que ninguém aproveita,
porque a sensação é a de que essas coisas, bem,
essas coisas só acontecem comigo.
É,
cada dia, cada olhada pela janela,
percebo as pessoas em lugares diferentes e
até noto que algumas delas são novas,
mas não vi chegarem até aqui.
Onde eu estava?
Essas coisas realmente só acontecem comigo?
Bem, essas coisas só acontecem comigo.
É,
os mesmos gritos de sempre, a mesma arruaça,
um desconforto profundo por essas pessoas de sempre.
São golpes de construções que me acordam no melhor do sono,
no melhor do coma que me impus,
pra não viver, pra não sentir, pra não saber.
Passo a pensar e realizar que, de certa forma,
essas coisas não acontecem só comigo.
É,
talvez me fosse uma boa desculpa acreditar nisso.
E me fazer especial em algum momento que não sinto se fazer verdade.
É uma sensação, uma agonia, uma alguma coisa que aumenta, que intensifica.
Um tédio que não passa, que não muda, que para, que me deixa mal, que me enjoa.
E uma vontade que consome, que grita, que quer expulsar, que quer acabar com esse coma.
É, quando me estalam as ideias e vejo que nem todos os dias são os mesmos dias,
todo meu fundamento vai embora e eu tenho que fazer alguma coisa.
Talvez fosse esse meu maior medo.
Talvez o confortável me fizesse ficar,
mas eu preciso sair,
preciso acalmar.
Porque essas coisas não acontecem só comigo.
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