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Autodescrição

Quando as manhãs tornam-se mudas
e as noites sem sossego,
reclama um coração aos prantos mais exagerados
e ouvidos por ninguém.
É o grito mais silencioso e, por essa razão, mais dolorido.

Ao olhar para o próprio interior encontra o maior vazio
e o mais impuro e desmerecedor espaço para se acolher.
Sente-se isolado e não amado, não querido, não merecedor do que se considera bom.

Por não merecer amor,
não se pensa em merecer felicidade.
Complicado e pleno em insegurança autodestrutiva vai esperando
e esperando na sua sombria introspecção um retorno, um sorriso.
Sonhando com ser diferente, sabendo que é isso o que é e que pode melhorar, mas não mudar.
Remoendo solidão e merecimento de solidão
como se fosse normal não poder usufruir felicidade.

Exagerado por vezes,
perdido por outras
e impulsivo em palavras idiotas.

Desnecessário, verdadeiro além do que se espera
e transparente além dos limites conhecidos.
Não guarda, reflete.
Seja amor, seja medo, seja desejo, seja coração.
Seja necessário ou não.

Ama, pensa, não esquece, sonha,
quer mudar, quer se mudar,
quer viver o que acha que deve, mas o que imagina não merecer.
Há alguém assim, que se acha de menos, preso numas bolhas de reflexão,
esquecido de tudo e de todos - quando todos quer dizer apenas um.
Quando um lhe significa todos.

1 comentários:

quando ñ se é ouvido na necessidade de ser, dói

29 de janeiro de 2011 às 08:07  

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