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Despedidas

Nas minhas mãos trêmulas e ensanguentadas pulsa o meu frágil coração. Corro pelas ruas com medo que o roubem, esmaguem ou retalhem. Olho para o céu e não enxergo as pessoas pasmas que me olham como se me reprovassem ou me sentissem pena. Escondo quando esbarro e, no desespero, olho para todos os lados. Corro, corro. Paro um minuto com medo de que ele em minhas mãos não pulse mais. Observo, alivio e volto a correr. Estou vivo. Avisto aquela multidão, desespero e busco as minhas possibilidades, meus desvios. Encontro com sufoco uma maneira de respirar e passar pelas pessoas. O sinal fecha, eu paro, eu choro, eu estou perdendo meu norte, meus sinais de vida, eu estou perdendo você. O sinal volta a abrir, tenho medo, por um instante paraliso. Inércia. Sofro por não te ver, não te enxergo, te procuro, meus olhos sofrem, me aproximo, te percebo. Corro mais uma vez. Caio de joelhos em teus pés e com as mãos ainda trêmulas, eu te entrego o coração que arranquei por não saber mais como tomar conta dele sozinho.
Teu beijo me diz tudo e depois nada me dizes tu. Te vejo entrar no carro do qual te fiz sair. Sigo tua imagem com os olhos pesados, cheios de lágrimas e esperanças agora vazias até o instante em que desapareces na esquina. As pessoas passam e me olham como se eu não estivesse ali. Humilhado, jogado e perdido no meio de uma multidão que parece feita sem sentimento. Levanto, recolho meu coração junto com a esperança e ponho de volta no lugar, na certeza de que não terei forças de viver sequer um dia mais.

1 comentários:

vive-se... vive-se,infelismente (talvez)

8 de janeiro de 2011 às 21:13  

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