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Quando Chove

Quando chove a sensação que passa é de que as tristezas, decepções e sentimentos de reflexão - mas não necessariamente ruins - se acentuam. Não sei medir o que é melhor ou o que mais tem peso nesses momentos e nessas horas de sono que perco por razão das reflexões. Quem é capaz de medir seja lá o que for, quando se trata de sentimento na realidade? Não posso medir os meus, quanto mais os de outra pessoa que importa. Quem se importa?

Quando chove a reviravolta de sensações é muito mais intensa, não pelo frio que aumenta, não pela vontade de se esconder nas cobertas e de ficar todo o tempo sem fazer absolutamente nada. Na realidade, isso fica mais intenso pelo fato de não muita distração, de ficar meio que preso. Claro que a maioria tem medo ou não quer parecer bobo, mas não é pecado entrar na chuva. Não é pecado abrir a porta e se atrever na chuva, se distrair e esquecer as reflexões. Pra que sombrinhas, guarda-chuvas ou quaisquer outros apetrechos que te impedem de sentir a bênção e fechar os olhos pra os pensamentos, nesses momentos em que eles são especialmente mais e mais recorrentes.

Quando chove sou adepto dos banhos de chuva, de esquecer que as pessoas te acham um louco no meio da rua, sem destino, sem vergonha, sem juízo. Enquanto pensam, nós que nos atrevemos e nos deixamos molhar, sabemos que somos apenas sem preocupação, sem muitos pensamentos pesados e angustiantes, sem peso nas costas, sem peso no respirar. E a sensação de ser livre - não para os errados fins - é tão impulsionadora, tão revigorante que não deixo que os juízes da vida alheia tirem de mim. As minhas vontades e verdades são bem guardadas apesar de tudo e a minha vida, a minha liberdade ou seja lá o que faça parte de mim pode ser libertado, pode ser experimentado sem medo. Viver é risco e quem está na chuva deve se molhar, acreditar e até se libertar de si mesmo, porque a vivência disso pode nos levar a um paraíso sem arrependimentos.

Quem sonha em ser,
deve deixar-se, mas não abandonar-se.
Resgatar o que tem de melhor ao fechar dos olhos
e viver da melhor forma que se puder ao abri-los.
Quando chove somos convidados,
refletir ou se permitir?

1 comentários:

a chuvas nos convida a se deixar
ótimo texto

=)

25 de janeiro de 2011 às 22:17  

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