Divagando e Aprendendo. Ou não!

Tive um ontem.
Esperei pelo hoje
enquanto ainda se pensava ser um amanhã.
Perdi o hoje que ontem era esperança.
O que sobra das perdas de tempo?
Nada.
Talvez mais tempo,
talvez menos.
Nada na realidade.

Terei um hoje
enquanto o amanhã não chega.
Tive o ontem como hoje também será.
Perdi por contar e planejar como seria.
Nada foi
e nem seria como de se esperar.
Confundi os tempos
e os perdi.
Passaram como se fosse normal.
Minha perda foi maior.
Minha perda foi de não saber.
E esperar demais.

Perdi o amanhã,
porque já esperei que sendo depois o ontem apareça
e o faça desaparecer.
Sonhei aos poucos,
chorei oas muitos.
As brisas foram para o amanhã e logo as senti como hoje,
mas nunca se perderam no ontem
já que sempre voltam pra mim.
As brisas vem com desculpas.
E o tempo perdido parece recuperado.
Doce ilusão.
Não.
Amarga.
Intragável.

Aprendi que na natureza tudo se transforma,
quando não se perde no tempo da espera.

Não tenho medo do escuro,
ele costuma clarear meus pensamentos.
Como acreditar então
que o medo de faz na clareza do dia
que confunde meus pensamentos?

Não tenho medo do amor,
ele costuma me fazer aliviar o coração.
Tenho medo de não viver amor
e perder o calor no coração.
Eu não aprendi a viver nesse frio.

Não tenho medo de você,
que costuma trazer os meus sorrisos.
Como acreditar que eu tenho medo de mim
que corro por todo lado procurando algo
que não preciso mais buscar?

Não tenho medo de nada.
Tenho medo de mim.
Medo dos meus fantasmas,
dos meus problemas,
meus medos.

Fuja de quem ama da boca pra fora,
porque é por dentro
que o verdadeiro amor acontece.

Dizer é fácil, sentir é verdade.
Sentir que se sente é a maior felicidade.

Falhas de sentimento
não completam nossos espaços vazios
que ficam mais e mais vazios.

Bons amores demonstram até sem demonstrar.
Amores são pedacinhos de nós
seja perto, seja em outro lugar,
seja no fim do mundo.

Amar é tão inexplicável e
por vezes o que parece não ser
é o maior deles.

Tenho e quero tê-lo até o fim.
Porque amo e porque sou por ele feliz.
Tenho medo de quem não sabe
e nunca o encontrou.
Mas tenho mais medo de quem acha que sim,
mas não sabe que não.
Fuja de quem ama da boca pra fora.

Toco teus lábios
e ao te ver fechar os olhos,
vejo que estou certo.
Passo minha mão pelo teu rosto
e sinto tudo ir embora e
só restamos nós
em um lugar qualquer.

Aperto tua nuca
e sinto que teus lábios
são melhores do que eu sempre esperei.
Não há nada que me faça querer sair desse beijo.

Concentro em você
todas as minhas vontades.
E me faço poço de teus desejos.
Toco teu peito e me desfaço de uma camisa.
Perco o controle e
não desejo nada mais entre nós.
Apenas nós em desejo.

E em cada vontade minha
há uma vontade tua.
Entrego o que tinhas em sonho.
Sinto as melhores sensações invadirem meu corpo.
Sinto as melhores vibrações percorrerem meu corpo.
E ao me devotar a você
tudo que peço é o teu prazer.
E que o deposites em mim.

Você se faz suficiente a minha felicidade
e necessário pra minha sobrevivência.
E quero ser o teu motivo de prazer.
Faz de mim o teu prazer.
Com todo prazer.

Ao contornar teus lábios com os meus,
senti que tudo não deveria acabar.
E que nada havia sido em vão.

Ao contornar teu corpo com o meu,
pude ter certeza de que era isso.
E que assim deveria ser.

Ao colocar-me à disposição
sou vítima de discursos impiedosos.
Crueldade tenta me formar
e fazer esquecer.

Impossível ceder a isso
quando já cedi ao que mais importa.

Ao contornar teu sorriso com o meu,
vejo que a felicidade está aqui.
E que não vai embora.

Ao te contornar comigo,
aprendo que o que quero está em você.
E isso não se pode ignorar.

Os divinos olhos brilharam
ao som de tua voz
doce, esperta, maligna.

Ofuscaram dúvidas ao redor.
Minimizaram desvios e
cortaram esperanças.

Tropeçando em cada letra
ao chão o restante da palavra.
Um campo minado.

Depois que vai
não há real conserto.
Tudo caminha pra desconhecidos lados.

O fingido cansaço
cansa o oposto sem ações.
Estanca o sangue que não parou de escorrer.

Pelas ruas enquanto vazias
vão a esconder pedidos e sintomas.
Não há futuro.

Corre pelo corpo
aquele desejo que queima como febre.
Parece unir dois pares de olhos famintos.
Parece conduzir o jogo,
os sorrisos, os olhares
ora abaixo, ora no olho.

Corre pela pele
aquele desejo que arrepia como tentação.
Parece dobrar as sensações mais perigosas.
Parece acentuar a sintonia,
as palavras, os beijos
ora na nuca, ora na boca.

Corre pelo mundo
aquele desejo que aguça todos os sentidos.
Parece transformar a vida em um prazer.
Parece transbordar a alma,
o corpo, os suspiros
ora ao pé do ouvido, ora ao findo e delicioso prazer.

Corrosão
acaba com tudo
em poucos aos poucos.

Como sangue percorre.
Insuportavel, reclama o calor
em cada sopro pelo alívio.

Corrosão
corta, pressiona,
retira sobrevivência.
Retorna sem regenerar
pra acabar com os restos.

Como vento passa.
Em meio a uma brisa indecifrável.
Parece paz
quando não se entende o que ela diz.

Corrosão
machuca, mata
traz o enfim.
Passa estragando
pra deixar tranquilidade.
Quando não consegue,
só machuca.

Corrosão
tem intenções que não conhecemos,
e ninguém é capaz de saber
o seu verdadeiro querer.

Tirei o espaço e
provoquei situações.
Tomando como posse
imaginava igual retorno que nunca viria.

As semelhanças não percorrem
as atitudes em dois.
Cada parte age e cada parte sente.
Uma parte que quer muito não deve esquecer
que a outra parte deseja do seu jeito.

Parando os pensamentos e,
abstraindo os inúteis, recomeço.
Conto até dez ou até cem se preciso
e dou um passo para trás.

Respiras e eu também.
Agora o necessário se faz e existe:
espaço.
E o coração aperta de saudade saudável.

Agora sei que quanto mais passos recuar,
mas saudade vem.
E mais saudável é.
Só espero não errar a dose de passos
e o espaço se tornar desinteresse.

Mas estou preparado para avançar
todos os passos dolorosamente recuados
no teu primeiro estalar de dedos.