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Expectativas

Esperei por isso minha vida inteira,
como se nada mais fosse preciso.
Encontrei as razões que não procuravam e
que era pra mim todo ali, naquele instante,
especiais.

Aprendi a esperar.

Tudo correu como esperado,
como se a razão fosse toda por te ter
frente a mim, materializando minhas vontades
em teus sentimentos,
os considerava tão reais que podia tocá-los,
eu sabia.

Aprendi a esperar mais.
Aprendi a esperar tudo.

Tudo passou como se nada tivesse acontecido,
brusco, pesado, sombrio, indiferente.
Nas sombras de um passado nada distante,
fiquei esperando uma resposta e não entendendo
o que acontecia,
o que ocasionava,
o que era,
o que pensar.

Aprendi a esperar menos.
Aprendi a simplesmente não esperar.

Quem continua
recomeçando do zero
merece palmas e mais palmas,
porque ser feliz não estava no outro coração,
esteve sempre no meu
e, quando o tempo passou,
encontrei a minha alegria empoeirada.
Soprei e revivi.

Aprendi a me esperar.

Ilusões

Ficando por um
Perdendo por dois
e desistindo por todos.

Sonhei que era possível
ainda.
Mas nada muda
como pensei.
Nada existe
como deveria.

Fiquei aos prantos
sempre.
Mas nada mudou
como sonhos.
Chorei o que não podia
como sorte.

Perdi a ilusão
toda hora.
Mas não consigo
como quis.
Sonhei em vão
como sempre.

Fim Para Além do Fim

Segui as pegadas que não levavam aos sonhos.
Tentei voltar pelo mesmo caminho,
mas tudo já era muito diferente.

Recomeçar é preciso,
mesmo que se tenha que percorrer um caminho já conhecido.

Os sonhos se desfizeram em frente aos meus olhos.
E mais tarde os encontrei em algum lugar especial.

Se os trincos destrancaram,
é preparado o recomeço.

Pelo mesmo caminho passarei mais devagar.
Até que perceba cada detalhe que não vi na primeira passagem.
E, sendo assim, que o fim seja muito além do que o que conheci.
Pois não podia considerar fim se não trazia felicidade.

Pacífico

No início de tudo:
o desconhecimento.

Nada se sabe sobre como se conheceram,
sobre como se olharam,
como se falaram pela primeira vez,
ou como se apaixonaram.

Nada se sabe sobre as noites perdidas
naqueles pensamentos distantes
que levam a um único lugar onde se quer estar -
nos braços, no aconchego do seu amor.

No meio de tudo:
qualquer coisa.

Nada se sabe sobre como começou a ruir,
sobre como desistiram,
como se desencataram tristemente,
ou como se deixaram enganar.

Nada se sabe sobre as noites perdidas
naqueles pensamentos distantes
que remetem a lembranças de nada certo -
as decepções não programadas ou esperadas.

No fim de tudo:
o alívio.

Nada se sabe sobre como se começou a esquecer,
sobre como o sentimento apaziguou,
como se acreditou que poderia terminar,
ou como viver a partir de então.

Nada se sabe sobre as noites perdidas
naqueles pensamentos distantes
que carregam emoções que não há como descrever -
as já vividas e as ainda melhores que virão.

No resumo de tudo:
a paz.

Onipresença

Está onde não se espera,
onde não se sabe que é possível.
Numa batida forte de canção que envolve.
Está na dança que aproxima os olhares
inicialmente despercebidos.

Está no nome descoberto,
num pedaço de encanto que vai durar.

Está nas primeiras palavras,
aquelas que ficam no pensamento por dias
como início de algo que vai ser bom
e transformar.

Está na chuva que os abençoa
por um beijo inédito.

Está no doce dos lábios
que encontram juntos mais uma razão de viver.
Está na loucura, na graça,
na vontade de ter sempre aquele sorriso, aquele olhar
que faz um tão especial para o outro.

Está em todo lugar em que juntos estiverem
e em qualquer sinal que aconchegue os dois corações.

E estando onde estão dois que se querem,
seja lá onde for,
ele estará para acompanhar de mãos dadas,
para conduzir através de desejos de boa sorte,
para ser amor como só ele próprio sabe ser
e fazer viverem felizes para qualquer sempre.



Uma simples homenagem ao que nasceu e espero que dure pra além das expectativas. Porque meus amigos merecem ser muito felizes. :)
^^

Crise de Identidade

Os momentos que me chamam são por mim deixados de lado.
As oportunidades de não ser ou de ser um pouco mais me fazem duvidar.
Tenho momentos de questionamentos.
Os piores acontecem na escuridão de mim e me perguntam quem eu sou.

Costumava ser um sorriso que iluminava tua passagem.
Viagem minha acreditar que existe o sempre no caminho.
Ou acreditar que esse caminho seria o de sempre.

O que eu sou?

Sombra na escuridão e não se vê um nem outro.
Sou nada mais que isso, perdido, revolto, em descoberta constante.
Perdendo a cada instante um par de olhos para a mágoa guardada.

O que eu serei?

A cor do sonho que toda noite sonho
como se fosse parte da rotina de viver.
Como se todo processo necessitasse fim,
quando sei que muitos não concluem migalhas de coisa alguma.
O fim não é contado e só existe spoiler pra vida antes do tiro que a faz findar.

Procuro perseguir trilhas sem vontade de estar seguro.
Vontade de perder e de me perder.
De me esquecer e ser esquecido - o que na verdade já sinto.
E nada difilcudade de se sentir o que não se esperava, só um remédio:
partir - antes que o tempo traiçoeiramente leve tudo
e me deixe no meio do nada com o coração descampado como a paisagem.

Minhas dúvidas são sem sombras.
Minhas vontades são sem interesse
e o que eu penso não basta,
porque sei entristecer e magoar em cada palavra que direi ou que diria.

Tu sabes ler meus pensamentos.

Não gostaria que me conhecesses tão bem quanto sei que conheces.
Guarde para você toda a sabedoria tirada de mim.
Sei agir conforme as músicas que eu tocar e é uma pena para mim que saibas todas as minhas canções.

Ao abrir o peito te mostrei o que havia dentro de tudo que me faz.
Ao fechar os olhos te mostrei tudo que era capaz pra fazer permanecer.

O que eu sou?
Desafiante de uma vida incapaz de sorrir, quando tudo só faz entrar em pânico.
Sou uma colcha de retalhos velhos esperando novos remendos.
Sou parte de algo que não existe, de algo que não se remete a tempos passados.
Sou um ponto de sei lá o que no final de uma frase que todo mundo diz.
Queria fazer diferente, mas conhecerás a minha entonação.
Sou um pingo de gente, de tinta, de água que não se bebe.
Sou um estrela perdida no céu, que não brilha e que ninguém vê.
Sou uma criança que quer a todo custo uma bala pra me fazer sorrir.
Sou tudo pelo nada que me transforma em partes de coisa nenhuma.

Apesar das lágrimas, sou um sorriso decadente numa boca desdentada.
Apesar das rugas, sou a juventude escondida num rosto velho e mal cuidado.
Apesar de mim, te sou em todas as ações e desejos, em todos os pequenos alívios e profundas inspirações.
Apesar de mim, te sou em quase tudo que mantinha o que ainda se deveria estar mantendo.

Finalmente, o que eu sou?
Eu sou aquele que não sai da tua memória,
mas que não cabe mais na tua história.

O Que Sobra

És inédito em minha vida.
Não tome isso como elogio,
porque também és há muito conhecido.

Mas o que acreditava ser mostrou-se diferente,
ou melhor, escondeu-se.

Um segredo se fez no mais doce auge do amor.
Uma corrente de pensamentos errados me prendeu em todo lugar.

O que tendia pra o infinito,
hoje tende a zero.

Se toda força que tenho fosse convertida em fim.
Ao fim já chegaria mais cedo que o normal.
Sempre pensando em como te fazer o bem,
esqueci de pensar em como me fazer pelo bem de ser feliz.

Como reviver parece estar nas impossibilidades,
por morrer sem esforço eu não espero merecer fim ao sol.

Acordei entre nuvens e brisas de renovação.
E mudar o sentido do sentimento é árduo
como é árdua a tarefa de esquecer que tinha reservado em mim
o maior espaço possível para ti.

Quando o que sobra são partes de um todo que formam o nada,
não vale a pena continuar.

Nós Apenas

Pela janela do meu quarto eu vejo tudo que se passa fora de mim. Pela janela do meu quarto eu vejo todas as coisas que você faz e não tenho coragem de querer admitir. Dentro do meu quarto choro contra o vidro e deixo a chuva correndo do lado de fora. Estou protegido, mas não consigo fazer nada, porque tenho medo de me molhar novamente. E uma vez que meus pés troquem a segurança do meu quarto, eu não saberei o que estou fazendo fora dele.
Pela janela do meu quarto eu vejo cada expressão de arrependimento futura pelas ações impensadas de seus dias de ausência. Também vejo todas as pessoas fazendo guerras por mim de cada lado, não é difícil reconhecer quem me apoia. Apesar de minha prisão ser uma culpa completamente minha, não consigo sair para dizer aos que se voltam contra você. E também pelo gostinho de viver um pouco de maldade e de me sentir um vilão controlador de situações, eu não tenho vontade de que eles saibam o quanto você é importante. É pecado querer que você também sofra um pouco? Claro que é. Mas eu sinto amor nas pessoas que se arriscam nessa chuva por meus motivos. Eu aprendi a amar com eles, apesar de ter aprendido um amor diferente com você. Mas quando o valor que você me dava foi levado embora, eu não resisti em me fazer de vítima. É quase como um jogo, você se faz de vítima pra mim e eu pra milhões de pessoas que me querem perto de qualquer forma.
Tento sustentar as pedras nas mãos do mundo inteiro, mas de alguma forma você vai sofrer só como eu sempre sofri só. É nesse momento que você se abandona, como sempre me abandonou e sente o mal que sempre me fez. É nesse momento que, a cada pedra lançada, uma lágrima parte de mim. Cada lágrima que me seca e me faz duro combina com cada gota de sangue que você derrama. Quem você dizia te amar só chega quando tudo está acabado, mas eu sempre estive contigo. E é isso que quem estava do meu lado vai ver, quando me procurar na minha prisão e ver que de mim só sobrou a matéria que tinha que te deixar.
Fui egoísta, sabia que te acabar, acabaria comigo e foi isso que fiz. Agora somos só nós dois em algum lugar, em qualquer lugar, em todo lugar que não sei dizer onde fica. Agora somos apenas nós dois.

Desimportância

Por querer fazer diferente, ele tem uma razão. Discursou suas vontades e tentou fazê-la acreditar que tudo estava normal. Ela acreditou. Ou na realidade, fingiu acreditar para evitar mais desgate, pra evitar que todas as noites de lágrimas em claro voltassem. E o peito apertou, porque não conseguia viver sem verdade, não conseguia viver sabendo que estava se enganando. Ela começou a fazer planos, queria salvar tudo que ainda pudesse: o que não valia pra essa relação.
Enganou-se por mais tanto tempo que não sabia se merecia ou não o que estava passando. Ela gostava de sentir que tudo fazia mal, porque ao menos ela sentia que ainda se importava. E porque querer sempre tanto retorno? Ela era carente, estava mais carente que nunca e ninguém conseguiria adivinhar metade dos medos que estava sentindo, medos que não confessava pra ninguém, medos que apenas uma pessoa conseguiria desfazer com um pouco de conversa, medos que esse alguém nem sabiam que existiam e, pra ela, na realidade, parecia que o que quer que ela sentisse não fazia mais diferença alguma. Não gostava de ser ignorada, mas fazia de tudo pra não cair em certas armadilhas. Sabia ela que a desistência de uma luta de muito tempo estava chegando à porta, mas não sabia se deveria esperar as palavras ou tomar a atitude. Tinha medo de ser precipitada. Tinha medo, como sempre. Estava cansada de viver com medo. Estava cansada de sentir que não era mais suficiente, enquanto nada mais poderia ser suficiente para ela.
Não tinha por que razão apontar culpa. Não tinha razão. Só queria voltar a respirar e não esquecer o que havia sido bom, porque o bom foi perfeito. Mas o descaso matava qualquer possibilidade. Depois que os cordões são cortados, não há nó que faça voltar ao início perfeito. Ela não sabia escolher se aturava o nó, ou se jogava fora o outro pedaço do cordão. Respirou, pensou, não havia jeito. O que sentia era muito forte e ela poderia continuar fingindo para, ao menos na sua ilusão, ser feliz.

Embriaguez

Na embriaguez esqueci.

Como pode ser assim
sem sentido,
já que as lembranças não trazem mais.
Só as bagunças premeditadas
que você arranjou.
Só as dores pesadas
que você provocou.

Se serve como consolo:
nada mais pode ser igual.
Nada mais vai voltar.
Uma vez lembranças perdidas,
pra sempre esquecidas.

Não recupero o que se foi por vontade.
O mal vem mais forte se assim é.

Mas quando tudo se diz,
o normal - que já não sei mais qual é -
se estabelece como bom.

Mas na minha embriaguez,
eu já esqueci.

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