Os momentos que me chamam são por mim deixados de lado.
As oportunidades de não ser ou de ser um pouco mais me fazem duvidar.
Tenho momentos de questionamentos.
Os piores acontecem na escuridão de mim e me perguntam quem eu sou.
Costumava ser um sorriso que iluminava tua passagem.
Viagem minha acreditar que existe o sempre no caminho.
Ou acreditar que esse caminho seria o de sempre.
O que eu sou?
Sombra na escuridão e não se vê um nem outro.
Sou nada mais que isso, perdido, revolto, em descoberta constante.
Perdendo a cada instante um par de olhos para a mágoa guardada.
O que eu serei?
A cor do sonho que toda noite sonho
como se fosse parte da rotina de viver.
Como se todo processo necessitasse fim,
quando sei que muitos não concluem migalhas de coisa alguma.
O fim não é contado e só existe spoiler pra vida antes do tiro que a faz findar.
Procuro perseguir trilhas sem vontade de estar seguro.
Vontade de perder e de me perder.
De me esquecer e ser esquecido - o que na verdade já sinto.
E nada difilcudade de se sentir o que não se esperava, só um remédio:
partir - antes que o tempo traiçoeiramente leve tudo
e me deixe no meio do nada com o coração descampado como a paisagem.
Minhas dúvidas são sem sombras.
Minhas vontades são sem interesse
e o que eu penso não basta,
porque sei entristecer e magoar em cada palavra que direi ou que diria.
Tu sabes ler meus pensamentos.
Não gostaria que me conhecesses tão bem quanto sei que conheces.
Guarde para você toda a sabedoria tirada de mim.
Sei agir conforme as músicas que eu tocar e é uma pena para mim que saibas todas as minhas canções.
Ao abrir o peito te mostrei o que havia dentro de tudo que me faz.
Ao fechar os olhos te mostrei tudo que era capaz pra fazer permanecer.
O que eu sou?
Desafiante de uma vida incapaz de sorrir, quando tudo só faz entrar em pânico.
Sou uma colcha de retalhos velhos esperando novos remendos.
Sou parte de algo que não existe, de algo que não se remete a tempos passados.
Sou um ponto de sei lá o que no final de uma frase que todo mundo diz.
Queria fazer diferente, mas conhecerás a minha entonação.
Sou um pingo de gente, de tinta, de água que não se bebe.
Sou um estrela perdida no céu, que não brilha e que ninguém vê.
Sou uma criança que quer a todo custo uma bala pra me fazer sorrir.
Sou tudo pelo nada que me transforma em partes de coisa nenhuma.
Apesar das lágrimas, sou um sorriso decadente numa boca desdentada.
Apesar das rugas, sou a juventude escondida num rosto velho e mal cuidado.
Apesar de mim, te sou em todas as ações e desejos, em todos os pequenos alívios e profundas inspirações.
Apesar de mim, te sou em quase tudo que mantinha o que ainda se deveria estar mantendo.
Finalmente, o que eu sou?
Eu sou aquele que não sai da tua memória,
mas que não cabe mais na tua história.
Marcadores: Poemas
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