Marcadores: Contos
Raiva que mata,
que fere,
que rasga,
que rompe,
que faz sumir, esvaecer.
Raivas são delírios,
impulsos ou até mesmo uma parte de um ato ensaiado.
Inteiramente premeditado.
Minha raiva é doce e simples,
como raiva de ter raiva.
E, por outras vezes,
raiva de não tê-la.
Dissipa, despe de tudo e de toda ela se veste.
Deforma o bom,
embaça,
faz acabar prantos de formas não convencionais.
Faz não enxergar.
Querer exageros,
extremos por vezes violentos.
E basta um descanso
para perceber-se equivocada.
Envergonha-se.
Desculpa-se.
Compõe-se.
E segue em frente, por fim,
até quando todo o ciclo reinicia.
Numa raiva que mata, que fere, que rasga.
Marcadores: Poemas
Amor é pra ser dividido. O espaço pra guardar amor é um caixinha bem pequenininha que fica num cantinho do coração. Que é pra a gente não prender, que é pra a gente não guardar.
E quando o amor acaba?
Imagine todo amor do mundo que você tem por alguém (ou teve), precisando ser guardado e voltar pra essa caixinha mínima. O fato é que ele não cabe de volta. E de forma alguma poderia ser guardado. Então a gente sofre, porque aquele amor todo fica passeando por dentro, trazendo lembranças e fazendo doer. Então sobram duas opções: ou você sofre ou deixa que o outro leve aquele amor.
E se é pelo bem, permita que esse amor vá, que te deixe.
Fale. Ou grite! Mas dê passagem ao sentimento que não pode ser preso.
Ame além.
De outras maneiras.
Em outros espaços geográficos.
Não se conforte com o amor para dois que completa seu ciclo em você mesmo.
Não se contente.
Ame além.
Sofra se preciso, não esqueça, guarde memórias, flores, recados, palavras de profundo sentimento.
Mas não deixe que machuque mais do que deve - se é que deve machucar.
Respire,
reaja,
sorria,
e não se livre daquela caixinha em seu coração que produz amor sem aceitar devoluções.
Espalhe.
Ame além.
Marcadores: Blá Blá Blá
Se chamam de amor o que vivi,
o futuro tem que me dar mais
por merecimento.
Às vezes é comum pensar que amor é fácil de se classificar,
nomear, representar, traduzir, entre tantos outros verbos.
Uns o chamam de difícil, complicado,
outros já acham que, se não vem fácil, não é amor.
Precisaria ele apenas acontecer?
À primeira vista?
De supetão?
No susto?
Ou o certo é edificá-lo aos poucos?
Passando todas dificuldades consideradas necessárias?
A questão é que o amor não é previsível.
O momento que o desperta é um segundo,
fica pela conta de cada um como alimentar a expectativa - ou não -
desse único segundo que bagunça tudo.
Na mais que humilde opinião que dou,
o interesse para o amor pode acontecer
à primeira vista,
de supetão,
no susto.
Mas a sua fortaleza só vem depois que tanto se colocar em limites
e querer continuar por ele,
mas não precisamos de batalhas sangrentas.
Faz pelo amor o que ele merece
sem empecilhos ou bloqueios.
Entrega tua alma, todo teu desejo.
E ama.
O amor pode ser despertado em um segundo
e de alguma forma ele é alimentado, cultivado.
E a partir do momento que seu próprio conceito é dúbio,
alcançá-lo é um feito glorioso.
Então guarde todo amor.
Não permita que ele desaconteça.
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