Divagando e Aprendendo. Ou não!

Vivo arrastando o peso de construir,
de me preparar,
de construir seu ser em mim,
de sermos novamente nós.

Nunca parei para perguntar do que preciso,
porque a necessidade vem de formas inesperadas
e quero estar sempre preparado.

Limpo todo dia esse espaço,
na esperança de ser o dia em que você vai chegar.
Espano, varro, lavo, perfumo,
preparando pra você cada canto.

Choro no fim do dia pelo vazio que você fez permanecer.
Mas mando embora toda tristeza pra mostrar que estou bem.
Sorrio falsamente, pois não há verdade que me faça maior:
você nasceu pra mim.

A distância se tornou a minha maior inimiga.
E exclamo minhas dores debaixo de um lençol
às três de uma madrugada ingrata e deboxada.

Ouço vozes, passos e a ilusão de você chegar,
entre os soluços abafados por um travesseiro
e a madrugada sorri como se me ensinasse algo.

Resta a mim tua camisa esquecida, teu cheiro
que não permitirei que se afaste de mim nunca,
porque se é a única forma de te sentir junto, será.

Resta a mim a memória de tua pele aquecida
por meus desejos mais íntimos e enlouquecedores
que transbordavam em seus intensos carinhos.

Resta a mim toda a necessidade de teus beijos,
o arrependimento das palavras e o aguardo do amor,
porque vivo na esperança de nosso sentimento eterno.