É junho. No meu coração, bandeirinhas coloridas e, na minha pele, um tecido quadriculado. Nos meus pés, passos de quadrilha e o forró nos meus ouvidos. Na minha boca, o gosto de milho e amendoim. Nos meus olhos, a falta de algo.
Enquanto danço, enquanto mexo o meu corpo, sem ter conciência dos movimentos, olho pra todos os lados em busca de alguém que me faz falta. Na música me dizem pra olhar o céu e ver como ele está lindo, mas eu não vejo nada de bonito nele. Eu e o céu sem nossas estrelas.
Alguém que comanda a festa grita alguma coisa que não entendo. Termino a dança sem saber que havia terminado. As pessoas começam a sair e eu fico lá no meio, ainda procurando. Sei que falam sobre mim, mas eu não me importo. Procuro em todos os rostos. Um a um. Não consigo encontrá-la.
Aquela que conheci no São João passado, que dançou comigo. Aquela que tinha "olhinhos de fogueira" e me fazia arder por dentro. Aquela que pegou minha mão e me disse as coisas mais bonitas que já ouvi. Aquela pra quem eu abri os braços e pra quem me entreguei como se já conhecesse há muito tempo. Aquela que, no São João passado, prometeu que estaria aqui, novamente, nesse ano. Mas ela não veio e eu ainda continuo a procurar.
Eu não sei se deveria ter esperanças de vê-la ou tê-la novamente, mas eu tenho. Ela vai aparecer nem que seja pra me pedir que a esqueça. Acontece que eu nunca mais irei esquecer todas as palavras, os momentos, os beijos, os abraços. Não! Eu não posso esquecer tudo que aconteceu no São João passado.
Enquanto danço, enquanto mexo o meu corpo, sem ter conciência dos movimentos, olho pra todos os lados em busca de alguém que me faz falta. Na música me dizem pra olhar o céu e ver como ele está lindo, mas eu não vejo nada de bonito nele. Eu e o céu sem nossas estrelas.
Alguém que comanda a festa grita alguma coisa que não entendo. Termino a dança sem saber que havia terminado. As pessoas começam a sair e eu fico lá no meio, ainda procurando. Sei que falam sobre mim, mas eu não me importo. Procuro em todos os rostos. Um a um. Não consigo encontrá-la.
Aquela que conheci no São João passado, que dançou comigo. Aquela que tinha "olhinhos de fogueira" e me fazia arder por dentro. Aquela que pegou minha mão e me disse as coisas mais bonitas que já ouvi. Aquela pra quem eu abri os braços e pra quem me entreguei como se já conhecesse há muito tempo. Aquela que, no São João passado, prometeu que estaria aqui, novamente, nesse ano. Mas ela não veio e eu ainda continuo a procurar.
Eu não sei se deveria ter esperanças de vê-la ou tê-la novamente, mas eu tenho. Ela vai aparecer nem que seja pra me pedir que a esqueça. Acontece que eu nunca mais irei esquecer todas as palavras, os momentos, os beijos, os abraços. Não! Eu não posso esquecer tudo que aconteceu no São João passado.
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Que lindo! Principamente quando vc disse ela vai aparecer nem que seja pra me pedir que a esqueça...
Anônimo disse...
21 de junho de 2008 às 23:47
Cara, bem legal a história. Parabéns.
Você manda muito bem nesses contos/crônicas. Estarei visitando mais vezes.
Grande abraço!
Anônimo disse...
21 de junho de 2008 às 23:57
O texto tem uma musicalidade incrível, adorei.
Camila Passatuto disse...
22 de junho de 2008 às 00:56
...
"olhinhos de fogueira" e me fazia arder por dentro."
q bunitinho, me lembrou até uma música q eu amo...
Gostei tbm...
Era amor de festa junina... quase outro carnaval! rsrs ¬¬
maricotO disse...
22 de junho de 2008 às 01:27
Cara,muito legal...
>> www.topzet.com
(séries,cinema,música,livros...)
Nandu disse...
22 de junho de 2008 às 01:53
Linda a estória......
e mesmo que peçam que a gente esqueça, é quase impossível.
abços
Felipe
Anônimo disse...
22 de junho de 2008 às 09:16
Texto sensacional ^^
Parabénssssss
muito legal mesmo, vc escreve muito bem!!!!
Anônimo disse...
22 de junho de 2008 às 12:42
ahh paixão....
é bom querer né? algo , alguem...
muito sensivel seu texto , adorei ...bjss
www.daniilopes.blogspot.com
danii disse...
22 de junho de 2008 às 12:58
Sei o quanto é doloroso procurar na multidão por alguém que não está lá e que não sabemos quando encontraremos de novo, mas sei também que é essa possibilidade carregada de esperança que motiva os sonhadores.
Belíssimo texto.Simples, direto, emocionante.
Obs: Tenti colocar o link do seu blog no meu mas não estou conseguindo, se puder entre em contato.
Anônimo disse...
22 de junho de 2008 às 13:09
hum, gostei, muito interessante, o conto tem uma musicalidade deliciosa, e é muito cronologico, vc consegue guiar o leitor sem que em nenhum momento desvie nossa atenção, gostei disso, ultilizando o artificio da procura... falando de São joão, que é uma festa marvilhosa, onde acontecem grandes amores, ficticio ou real seu conto é espetacular, parabéns!
abraços!
Jân Bispo disse...
22 de junho de 2008 às 13:16
parabens,postagens legais,vc escreve bem!!!
Yaayah disse...
22 de junho de 2008 às 14:11
Harmonia perfeita entre musica e palavras...
http://visaocontraria.blogspot.com/
DuDu Magalhães disse...
22 de junho de 2008 às 14:22
aoo dançar contigo essa canção (8)
é mara! aehheahe
lajukebox1k disse...
22 de junho de 2008 às 14:22
Lindo conto!
Realmente para uma doce canção...
"Eu e o céu sem nossas estrelas."
linda associação!
www.retratonovo.blogspot.com
Tatiana Rodrigues disse...
22 de junho de 2008 às 14:30
lindo texto...lindo msmo
mt boa a descrição...tds te olhando e vc no meio...sabendo que falam de vc e msmo assim nem ligava...
imaginei toda essa cena em mimha cabeça
parabéns
Grilo Pensante disse...
22 de junho de 2008 às 14:35
Minha prima disse que tá lindo, shauhsashasasua
O seu também tá muito legal. Ce escreve bem, amei o poema Companhia
=*
Brenda disse...
22 de junho de 2008 às 14:37
agora Eu sei o que vocês fizeram no São João Passado hahahaha, brincadeira !!!!! achei muito bom o texto..... !!!
Anônimo disse...
22 de junho de 2008 às 14:42
Nossa que bonito! Flavinho, passei tanto tempo sem vim aqui, qd eu venho descubro que teu blog tá bombando!!! é um orgulho!
bjoss
Mariana Melo disse...
22 de junho de 2008 às 14:57
Não leve tão a sério os encontros casuais, tai caso estoram como pipoca.
Valeu pelos comentários!
Pedro BV disse...
22 de junho de 2008 às 19:17
Um texto comum, nesse é na noite de São Joao, outros são no carnaval ou no ano novo...
Anônimo disse...
22 de junho de 2008 às 20:57
Que bonito!
Isso sim é uma quadrilha de São João. Tem poesia, tem simplicidade e, principalmente, tem a sinceridade, um humor na medida e a pureza típica dos "caipiras".
E uma história bonita de amor! Que certamente não acabou, nem vai acabar. Pelo menos não tão cedo.
Euzer Lopes disse...
22 de junho de 2008 às 21:14
Eu sou de teresina owww!!
Cativa Google disse...
22 de junho de 2008 às 21:23
Lindo, puro, e de cativar.
A vida é uma quadrilha, muitas vezes com desencontros e encontros na hora certa.
Abçs!!!
Voce é a favor dessa proibição?
Então, opine:
----------------------------------
Os Jogos Violentos
http://emlinhas.blogspot.com/
EM LINHAS... 1 ANO
Quando as palavras se tornam o nosso mais precioso divã.
----------------------------------
Danilo Moreira disse...
22 de junho de 2008 às 21:36
Esquecer a gente não esquece. Amei os "olhos de fogueira", achei lindo.
Talvez seja melhor mudar a música, buscar um novo par...e deixar o tempo passar...
Conhece a música "Noites de Junho" do Flávio Venturi? É linda, me lembrei ao ler seu conto...
Bjs
Fernanda Fernandes Fontes disse...
23 de junho de 2008 às 14:52
Alguém falou de musicalidade.
Tem mesmo, né? Dá prá escutar a tradicional musiquinha... rs
Carolina disse...
24 de junho de 2008 às 16:42
vc não precisa esquecer nada mesmo
vc precisa talvez estar disponível para um novo são joão
André Mans disse...
25 de junho de 2008 às 10:49
Num tá vendo por causa da fumaça!
Bjo
Má disse...
25 de junho de 2008 às 18:07
bonita historia!
adoro época de São João.. alem do clima festijo e comidas tipicas, é otimo pra se encontrar um amor de inverno.
Ju disse...
26 de junho de 2008 às 11:46
Lindo,adorei.
Me identifiquei muito com seu texto.
Anônimo disse...
26 de junho de 2008 às 14:31
me dê a sua mão
vamos pra fogueira
e nessa brincadeira
acender a chama
da nossa paixão
vai ser alegria
até amanhecer o dia
chuvinha e balão
ganhar teu coração
é tudo que eu queria ;)
Anônimo disse...
26 de junho de 2008 às 19:08
ô, sô! mas ainda tem umas querméci por aí.... vai atrás dessa muié, quem sabe ocê num incontr'ela por aí...
inté
Thiago Borges disse...
27 de junho de 2008 às 23:30