Antônio era um velho homem que vivia de música. Acordava com o canto dos pássaros, respirava notas musicais e sempre fechava os olhos à procura de um pouco de música para aliviar seu coração cansado de cantar tristes melodias. Como não se podia esperar diferente, seu coração vivia de música. Ela era o alimento de uma vida feliz, de uma vida que esperava se entregar a cada fragmento de música que via em todos os lugares. Para Antônio, nem tudo era festa, mas tudo era música. Nem sempre doce, nem sempre dramática, nem sempre de uma única maneira, mas sempre com um pedaço de vida carregado. "Nunca deixe de sonhar" era o que ele sempre pensava. A maioria das pessoas pensava que ele não deveria acreditar tanto, elas não acreditavam nele. Mas ele sabia que era seu papel acreditar em si mesmo, já que ninguém mais o fazia. Só ele poderia realizar os seus sonhos, só ele poderia ser o senhor de tudo que desejava e que sabia que poderia alcançar. Continuou a viver por muito tempo, continuou a cantar tristezas e alegrias. Realizou grandes desejos mas também se frustrou bastante outras vezes. Chorou em músicas que fizeram muitas outras pessoas chorarem junto. Gargalhou e foi feliz em canções que trouxeram milhões de aplausos, milhões de sorrisos e lágrimas de crença e satisfação. Ele chegou onde queria e passou a desejar mais. Não era fantasia, eram sonhos que se realizavam. Antônio estava no auge, sabia que tudo estava sendo realizado da melhor maneira. Seu coração mais do que nunca era o reflexo de sua vida, de sua música, de seus maiores e mais inalcançáveis desejos. Um dia, quando foi dormir, Antônio fechou os olhos e a música parou.
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