Estava só no seu quarto. Lembrou dos seus ursos de pelúcia. Sentiu saudades. Sua idade não permitia que os mantesse. Não para os outros, mas dentro dele tinha todos em perfeita ordem e perfeitas recordações. Suas preocupações agora eram todas tão diferentes. Era preciso agradar tanta gente pra continuar sobrevivendo. E tudo, no final das contas, não fazia sentido. Um dia esqueceu até de colocar suas músicas favoritas. Pobre rapaz, sonhou com tanto, quis tanto e agora nada mais restava do que vontade e frustração. Pensou em pular, pensou em gritar, mas não pensou num jeito de tentar esquecer. Mas de que adianta esquecer, se certamente todas as perguntas voltariam a martelar uma hora ou outra? Ele talvez não estivesse pronto, mas ele se sentia pronto. Seu maior defeito talvez seja o de ser tão transparente que acaba afastando as pessoas e não saber o que fazer. Às vezes ele pensa em mudar, mas sabe que por mais que se queira, tem mudanças que não se consegue realizar. E mais uma vez sentiu falta dos seus ursos de pelúcia. "Eram os tempos em que certas coisas não me preocupavam." E ele estava certo. Depois desse tempo, não dava pra negar que certos momentos deveriam se encarados. E força é tudo de que ele precisava. Até que sentiu que apenas as suas não eram suficiente. Passou por momentos difíceis, mas ele acredita que superou todos. Ele luta contra esses momentos, mas é inevitável refletir. E às vezes, ele pensa demais. Sua cabeça dói, mas a esperança não passa. E os ursinhos de pelúcia fazem parte de suas boas lembranças, porque sem elas ele é incapaz de continuar.
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