Carência

Carece de fé pra acalmar o coração.

Perdeu todas as suas esperanças quando ele se foi. Ou pelo menos acreditava que tinha perdido, o que não sabia é que nunca teve fé.
Talvez tenha sido mais difícil por ter perdido o que nunca teve.
E perdeu.

Carece de um café pra esquentar o coração.

Sempre pensava que um café curava tudo. Desde falta de tempo até uma sede. Nunca encontrou água, porque não se queria purificar. Estava sempre desperto, mas não acordado.

Carece de um remédio para curar o coração.

Viveu como sabia, de uma forma que não podia. Não buscou caminhos diferentes e se acomodou com o que era possível alcançar. Tentou. E foi abandonado.

Carece de um sorriso pra recuperar o coração.

Nada de companhia. Amigos? Família? Não cultivou, não cuidou. Perdeu! Agora sozinho, falta amor. E ele não o tem mais.

Carece de um amor pra reanimar o coração.

Não tem nenhum amor. Perdeu litros dele e hoje mendiga por uma gota. Arrependimento não mata, ele bem gostaria. Nada mais é como ele quer.

Carece de um coração!

5 comentários:

Ô Flávio, quanta beleza!
Senti o coração pequenino a leitura deste que procura um coração como à moeda perdida.
Dizem que só se encontra quando não procura...hum...será?

Lindo demais...
:)
Bjs!

3 de dezembro de 2008 às 01:46  

Depois de tanta tentativa, o problema é o coração.

8 de dezembro de 2008 às 07:18  

Carece de um café pra esquentar o coração.


num é?
e dialoga com algo meu, mais antigo.

que o frio talvez fosse caso de café

10 de dezembro de 2008 às 19:20  

Carece de um sorriso e um abraço apertado.

Foi fazer monografia e passou dias e dias em desespero compulsivo, mas enfim terminou.

Bjo

11 de dezembro de 2008 às 10:16  

Carece de um elogio sincero?
Acho que não. rs

Mas mesmo assim...Parabéns, ótimo texto!

29 de dezembro de 2008 às 09:54  

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