Sem Forças

Ela nunca se recuperou daquela queda. Não sabia se doía mais o fato de ter sofrido ou o de não querer mais viver. Já fazia um tempo que aquela vida não satisfazia nenhuma de suas necessidades. Mas ela não tinha mais forças pra se levantar. E também não parecia que queria.

Das músicas, as mais tristes. Das flores, as mais murchas. Dos filmes, os mais dramáticos. Dos sonhos, os mais desacreditados. Dos olhos, os mais pesados. Das lágrimas, as mais salgadas. Dos anos, os menos vividos. Dos pensamentos, os mais pessimistas. Das palavras, as mais cortantes. Das companhias, as menos presentes. Dos pecados, os mais esquecidos. Da vida, a mais perdida.

É, acabou-se a vida para ela. E de que lhe adiantava viver, se já vinha sendo morta antes do fim? Passou-se um tempo e, como era de se esperar, ela tentou encontrar um caminho, ela tentou viver. Juntou todos os retalhos de força que ainda tinha, mas já não eram suficientes. Era tarde pra lutar, muito tarde.

4 comentários:

Texto absolutamente lindo!

Impressionante como a gente consegue se ver nas palavras que vc escreve...

Uma realidade dura, fria, mas uma realidade.

Lindo texto!

*-*

14 de novembro de 2008 às 20:37  

Lindo demais!
É como se fosse um soco no estômago... Oo


Amei!

15 de novembro de 2008 às 04:01  

Que triste...snif!
Ah, tenho certeza que se ela procurar bem, lá no fundinho da alma, encontrará a força que precisa. E será mto mais feliz, pois terá a sabedoria das lágrimas q derramou.

Ah, já estava com saudds, ora!
Bjus

16 de novembro de 2008 às 20:11  

Isso é o que dá condicionar a felicidade a alguma coisa fora de si mesmo(a).
Infelizmente, quando se perde isso, fica aquele vazio que demora séculos para ser preenchido.
Vivendo e aprendendo.

17 de novembro de 2008 às 22:24  

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