Ele pensa pra fazer e faz pra poder pensar,
porque sente não ter obrigação de fazer sempre da mesma maneira.
Ele senta pra descansar, ele para pra ouvir.
Ele corre pra chegar, ele chora pra libertar,
mas chora escondido.
Ele ouve pra passar o tempo, ele teima pra alcançar.
Ele dança pra viver, ele fala pra valer a pena.
Ele tenta acertar, ele sofre pra aceitar.
Ele ama loucamente.
Depois de tanta ação, ele deita pra dormir.
Ele sonha pra conseguir.
Ele faz e acontece.
Ele acorda pra viver, ele acorda pra sair.
Ele acorda pra fazer valer a pena.
Mais uma vez.
Marcadores: Poemas
Sofre pelo mal que te causam
como injustiça a ser vivida
por obrigação.
Teus atos são por lágrimas.
Sem razão, sem espera.
Corre teus olhos pelas folhas
de árvores secas
não apenas por sombras já inexistentes.
Mas pelo derramado
e já seco sentimento
e já findo pulsar
de um morto coração.
Sem sangue.
Sem bater aparentemente.
Sem ter, nem sentir.
Apenas ao encher de um peito
que não alivia,
mas que o quer de uma vez.
Chegam as horas
e o tempo tedioso sinaliza,
bate, lembra,
tira de mim, esvazia,
pausa, bate,
para, dispara
e mata.
Marcadores: Poemas
Em cada centímetro de querer meu por ti
cabem mais incomensuráveis outros metros.
É quando me percebo ao te querer com aquele desejo
que fere o olhar e o meu segredo.
Em cada palavra que eu possa te dedicar
cabem mais quilômetros e quilômetros de um sentimento
de uma sensação louca e desesperadamente louca
como louco fico.
E os ventos gelados que me trazem cada vez mais
a vontade.
Eles que fazem surgir as necessidades que com tanta luta
eu havia conseguido esconder.
Depois de tanto escancarado querer,
te peço de volta minhas forças, o meu chão
e a minha capacidade de voltar.
Não posso mais me considerar o mesmo
depois que me deste de presente o teu olhar.
Marcadores: Poemas
Mais certo do que clichê,
falta amor no mundo.
Falta um sorriso bonito pra qualquer um.
Falta um bem pra qualquer quem.
Falta o olho no olho, aquela verdade.
Falta a falta de mentira.
E tudo que dizem que falta.
Falta a parte de cada um.
Falta essência.
Esperar pelo alheio é como tirar a certeza do caminho.
Fala-se das faltas do mundo.
E o mundo sofre.
E o mundo chora.
E o mundo espera.
No final, existe um eu num cantinho
sofrendo, chorando e esperando,
encolhido nas suas faltas,
nos seus místério,
sem nenhum conforto do mundo.
Apenas o só e somente sozinho,
mais certo do que redundante.
Marcadores: Poemas
Minhas impressões são sem sentido e sem motivo.
Penso, penso, penso até demais,
mas de externar tenho medo.
Espero guardar, guardar,
manter tudo bem egoisticamente.
Sim, só pra mim.
Ao meu alcance, ao meu conforto.
Até quando nada cabe mais e as explosões de palavras surgem.
Explodir em palavras pode ser lindo.
Pode ser poético e suave,
pode ser como um pedaço delicadinho de mim,
que eu talvez nem soubesse que existisse.
Explodir em palavras também pode ser extremamente nocivo,
pode ser destrutivo e desagregador.
Minha palavra te acarinha e pode te triturar em ti,
fazendo perder o sentido e misturar as emoções.
O despejar tudo deixa notável em impossível separação.
Se bom ou se mau cabe ao olhar de quem vê e de quem pensa.
Fato: todo pensam, às vezes demais.
Mas de externar, o medo.
Medo de parecerem todos lindos tolos,
em suas impressões sem sentido e sem motivo.
Aparentemente.
Marcadores: Poemas
O avesso não é necessariamente um contrário,
um oposto.
O avesso é apenas o outro lado,
aquele escondido, mais difícil de se revelar.
O preço do avesso pode ser caro,
pode causar diversos problemas.
Questão de sigilo.
O avesso se guarda pela corajosa superfície.
É praticamente impossível juntar os avessos de algo
e ter um resultado único e total.
Os avessos também podem ser falhos
e os medos, irracionais.
Os avessos podem não combinar,
ou podem ser exatamente iguais.
Meu lado bem-querer é aberto,
como se transparentemente mostrasse seu avesso
em combinação mais-que-perfeita de apenas querer bem.
Meu avesso bem-querer é escondido,
é temeroso de suas descobertas.
Meu avesso bem-querer está guardado
para fins de autopreservação.
Meu avesso bem-querer se tenta salvar
de todo mal e razão de pranto.
Meu avesso bem-querer é também bem-querer.
E por ser descaradamente eu inteiro em bem querer a ti,
procuro maneiras de esvair as prováveis dores.
Então te deixo a certeza de meu mais-que-perfeitamente querer-te bem.
E me vou.
Marcadores: Poemas
Todo o amor contido em um beijo de despedida
nada mais é do que um falso alarme
de que há ou houve um forte sentimento.
Beijos de despedidas nascem do "não te quero mais."
Mas o que deveriam significar,
se às vezes parecem ser mais verdadeiros
que todo um relacionamento.
Beijos de despedida carregam desculpas e vergonhas.
São como uma recompensa por todo um tempo de afastamento.
São como uma prova de que amor houve,
mas não foi suficiente.
No fundo, eles nada recompensam
muito menos provam coisa alguma.
Os beijos de despedida servem pra machucar os corações já feridos.
Eles causam mais dor e abrem mais espaço pra os sofrimentos.
Não há beijo que recompense um abandono
ou uma profunda tristeza.
Não se despeça de mim com beijos de pena se essa ida é definitiva.
E não pense que as dores não passam
ou que os sofrimentos não acabam
- independentemente do tamanho, do peso, ou qualquer outra variável.
Guarda teus beijos pra quem passa a merecê-los
e não demonstre uma falsa piedade por uma dor
que aparenta poder ser suavizada com um beijo teu de despedida,
porque se meus beijos já não mais te servem,
os teus pra mim perdem a verdade e passam a valer nada.
Vai sem falsos arrependimentos,
sem necessidades de perdão,
sem beijos de despedida.
Marcadores: Poemas
Postagens mais recentes Postagens mais antigas Página inicial