Restaram algumas palavras.
Pensei nunca ouvi-las,
nunca ter razões de vivê-las.
O cansaço da música repetida infinitas vezes
talvez tenha destruido todas as chances.
O cansaço da nossa música é um grande engano.
É bem verdade que nunca tivemos a nossa música.
O "ainda bem que você vive comigo,
porque senão como seria esta vida?"
não parece mais fazer sentido.
Corajoso.
Você soube cravar bem.
Cansei de procurar significados insignificantes.
Nunca fazem o sentido necessário.
Flutuam por todos os lados aqueles momentos de felicidade.
Não alcanço nenhum deles.
Alguma coisa me cega,
palavras me ensurdeceram e se foram para algum lugar.
Algum daqueles que nunca sabemos onde deve ficar.
Corrosiva é a sua "vitória",
sinta como uma delas.
Não me perco nessa falta de coragem.
E não sou o único que se apaga
aos poucos
desse mundo injusto e, talvez, vulgar.
Vulgares são as palavras.
Vulgares são as confissões
na hora do adeus.
Sempre disse o que se passava em mim.
Se só derramei lágrimas e me deixei destruir,
foi porque sua maneira vulgar quis parecer coragem.
Parece que o fim dá coragem.
Deixei instantes de coragem,
deixei que acreditasse neles.
Por que sei que a verdadeira coragem era minha,
por cada vez que te disse "eu te amo",
por cada vez que entreguei tudo que eu tinha,
mesmo que não fosse o melhor ou o suficiente.
A coragem no adeus são palavras sem razão.
A falsa coragem que acreditas ter só confirma a minha verdade.
Você não sabe dizer "eu te amo".
Você não tem coragem.
Marcadores: Poemas
Fuja de toda prisão.
Leva em tuas pernas a liberdade.
Corra.
Não olhe pra trás,
alguém estará objetivando derrubar você.
Apenas corra.
Continue em frente.
Ao sentir-se seguro,
corra mais um pouco.
O bote é mais fácil quando achamos que estamos protegidos.
Apenas corra.
Descanse se precisar,
mas não por muito tempo.
O tempo passa e a proximidade do perigo
pode ser muito veloz.
Apenas corra.
Se não aguenta mais,
esconda-se.
Se a perseguição voltar,
apenas corra.
E faça por você, porque só você pode.
Apenas corra.
Marcadores: Poemas
Se teve saudade,
não quis me convencer disso.
Parecia querer perder todas as palavras,
apesar de não revelar quais delas.
Se teve saudade,
talvez ainda me convença.
Mas as vezes de sono perdidas
não valem o que pareciam.
É como se a descoberta não fosse agradável.
Por que pensar que é tão difícil
repensar os momentos de solidão
e acreditar que ir pra frente é o mais correto?
Como se vai pra frente se se está preso
naquelas correntinhas nas quais se quis prender.
É bom, é muito bom,
mas não tem falta de retorno que sustente
apenas um lado vivo de todo esse sentimento.
Sentir é bom, sentir é realmente estar vivo.
É realmente saber que tudo que vale a pena
pode ser encontrado em um piscar,
em uma palavra,
em um sorriso.
Mas quando eles falham e
parecem querer falhar cada vez mais,
não tem como ficar imune.
Não tem como não sentir.
E se sente é porque toca.
E sentir já basta quando as coisas mudam.
E quando só um lado muda,
as coisas ficam deformadas.
Deformações não costumam ser bem-vindas.
E elas não sabem surgir como boas coisas.
Alguma hora é hora do costume,
mas quando não se quer acostumar,
lutar é o certo.
E por que lutar?
Vale a pena,
apesar de tudo.
Tornando-se uma guerra,
alguém vence.
É o risco?
Talvez.
Somos vulneráveis,
todos,
mesmo acreditando que não.
Mas a fraqueza é toda parte de um ser,
quando não se tem onde apoiar.
E a força guardada é toda carregada de esperança.
E essa carga te leva pra frente.
Então, é hora de caminhar?
Talvez,
basta esperar.
Marcadores: Poemas
Postagens mais recentes Postagens mais antigas Página inicial