Sai daqui.
Eu cansei de olhar sua cara,
cara de desprezo,
de sei lá o que.
Como se eu não fosse nada mais que
um pedaço de nada no meio da rua.
Sai daqui.
Volta lá pro seu cantinho.
Eu tava tão quietinho.
Fiquei tanto tempo sem precisar te ouvir.
É eu sempre soube o que você tinha pra me dizer.
Sabia que não gostaria.
Então?
Sai daqui.
Vai deixando essas fotos que eu te dei
e que você aqui pra provar sei lá o que.
Sério.
Sai daqui.
Sai daqui e
e me esquece.
É o mínimo que você pode fazer.
E não é nem por mim mais.
É só por você, tá?
Que fique bem claro.
Sai daqui.
E me deixa ver meu programa preferido.
Você tá na minha frente.
O que eu vou fazer daqui pra frente?
Isso é comigo.
Já o que você vai fazer
não me interessa muito.
Vai.
E bate a porta quando sair.
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Em um dia de chuva,
uma foto em preto e branco.
Guardei aquele momento longe de mim por muito tempo.
Triste. Melancólico.
Eu.
O tempo
todo.
Mas apareceu,
você apareceu.
Resgatando tudo isso.
E eu não sabia se era bom.
Foi bom um dia.
Poderia ser
novamente?
Acho que não acredito.
Praticamente ninguém
crê
em mim.
Nem eu.
Eu me confundi.
Perdi algumas cores e,
naquela foto
em preto e branco,
eu encontro todas as cores que me restam.
Todas elas.
Perdidas e confusas como eu.
Não se reconhecem,
mas eu sei que
elas todas estão ali.
Pena que ninguém enxerga.
Mas não precisa,
elas só fazem sentido pra mim.
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