Recém Abandonada

É, eu havia sido avisada de que você estaria lá. Mas eu queria bancar a forte. Não porque eu já era, mas porque gostaria de já ser. Você olhou pra mim e sorriu
e eu chorei. Claro, primeiro eu corri pra bem longe, mas chorei.
Você sabia muito bem que isso aconteceria, por isso sorriu. Pra me machucar e me deixar daquele mesmo jeito que me deixou da última vez: arrasada. Todos me dizem que você não vale uma lágrima. Mas quanto vale uma lágrima? As suas nunca valeram nada. As suas eram sempre da forma mais mentirosa possível. Mas as minhas...
as minhas me valem, porque, junto com cada uma, vai embora um pedaço de mim. E te digo que já não me sobram tantos pedaços.
Se você hoje está bem, espero que continue bem. E bem longe de mim. Não quero ver tua felicidade apesar de desejá-la. Seja feliz, é assim que a gente diz. Espero que seja, mas nunca mais quero ver o teu sorriso, porque foi ao vê-lo que descobri que eu nunca mais vou poder sorrir.
Agora escrevo isso na areia e sei que logo as ondas vão guardar essas minhas palavras. Agora vou pra casa tentar viver. Mas se não conseguir, eu durmo. Só espero não sonhar.

5 comentários:

A dor da separação, do engano, da frustração.

Bjo

10 de julho de 2009 às 17:53  

PERFEITOO!!!! AMIG00000!!!

11 de julho de 2009 às 12:31  

Muito bom, Flavitcho!
O contexto é triste, mas o texto está maravilhoso.

:*

11 de julho de 2009 às 18:11  

"olhos nos olhos, quero ver o que você diz..."....lembrei!

Adoro Divagar, sempre!

Bjs

16 de julho de 2009 às 01:35  

não quero sonhar por um bom tempo também.

18 de agosto de 2009 às 22:05  

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