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Vivendo a Indecisão

Segunda-feira. Não queria ir à aula.
- Mãe, por favor. Primeiro dia de aula NÃO tem aula.
- Você vai!
- Droga.
Saiu revoltado. Pegou o ônibus como de costume. Começaria seu 3º ano. Ano de vestibular. Ano de estudar bastante. Ele não queria nada disso. Mas estava decidido. Era Artes Cênicas.
Chegou no colégio, não era o melhor, mas era o que sua família podia pagar. Reencontrou todos os seus amigos, seus melhores amigos. Muitos haviam mudado de colégio para se preparar melhor para o vestibular e nunca mais ele os veria, estava certo. Uma pontada de tristeza lhe pegou, mas ele logo estava sorrindo com amigos que ainda lhe acompanhariam durante todo o ano.
Ele estudava bastante, ou até quando aguentava. Muitas vezes dormiu sobre os livros. E eram muitos. Mas ele não queria nada disso.

Passou o ano, tirava muitas notas boas, mas não aturava a química. Ah! A química. Pra quê ele precisava saber que o carbono faz 4 ligações? Ele não pretendia interpretar um carbono nunca na sua vida. Mas estudava e conseguia tirar um 6, um 7. Ficou de recuperação na química. Só na química. Não estava feliz. Nem triste. Afinal, não era nada disso que ele queria.

O dia do vestibular, enfim, chegou, e lá vai ele. Estudou, se preparou, estava tranqüilo, não tinha pretensão nenhuma de passar. A prova de química era muito difícil, mas ele se esforçou. 1ª fase passou. Ele até que havia gostado, anotou os gabaritos, mas não quis conferir. Tanto insistiram que ele conferiu. Errou apenas duas questões de química e uma de geografia. Era a maior nota. Ele não acreditou. Ninguém esperava. Ele ficou feliz. Mas não era nada disso que ele queria.

Na segunda fase, repetiu a nota, mas não era mais o primeiro colocado. Ele não se importava. Agora era um universitário. Não tinha idéia do que estudaria, mas foi lá no primeiro dia de aula (não teve aula) e conseguiu fugir de todos os trotes. Era um garoto esperto. Perdeu quase todos os amigos do tempo do colégio, só o Tiago não o abandonou. Mas, na faculdade, conheceu várias pessoas legais. E ele era feliz com os novos amigos. Fez faculdade, grandes amigos, alguns casos, mas não queria namoro. Terminou a faculdade tranqüilamente. Nunca reprovou. Não tinha química. Mas ainda não era nada disso que ele queria.

Formado, um ator, professores destacavam seu nome, já era um pouco conhecido em sua cidade. Até que resolveu se tornar nacional. Sua família precisava muito dele. Sua mãe estava doente, ela era sua família. Ele conseguiu! Fez cinema, tv, teatro. Era agora um ator renomado e reconhecido por onde passasse. Conquistou muitos prêmios. Processou alguns fotógrafos. E depois de um tempo sua mãe faleceu. E não era isso que ele queria, nada disso.

Mas todos se perguntavam: "O que ele quer afinal?". Ele não era feliz. E queria uma razão pra ser. Mas ele continuou buscando essa felicidade. Todos diziam que ela é muito importante. Ele tinha muito do que várias pessoas desejavam, mas não era nada disso que ele queria. Ele não sabia o que queria.

Empobrecer...

Ser pobre é mais do que não ter dinheiro.
Ser pobre é não se importar em estar infeliz.
Ser pobre é não sonhar.
Ser pobre é não querer crescer.
Ser pobre é não se assumir.
Ser pobre é achar que se pode comprar tudo.
Ser pobre é não dar carinho a quem se ama.
Ser pobre é dispensar a felicidade que se pode ter gratuitamente.
Ser pobre é perder tempo discutindo coisas tacanhas.
Ser pobre é avistar o fundo de um poço infinito e não se importar de chegar até ele.
Ser pobre é ter mais do que precisa, mas não ter o que lhe basta.
Ser pobre é viver preso na perspectiva de que vai ser sempre assim.
Ser pobre é não amar, não ser amado e nem se amar.

Fórmulas

Eu estou sempre em busca de fórmulas. Queria uma fórmula para tudo, assim não precisaria me preocupar mais com nada.

A fórmula do amor já tentaram encontrar e, até hoje, não sei se conseguiram. Mas eu fui atrás...

Fui atrás da tal fórmula do amor e encontrei um coração. Mas logo descobri que não era para mim e o perdi.
Encontrei meu amor próprio.

Fui atrás da fórmula da paz e encontrei um espelho. Conversei com ele, conversei comigo. Correndo o risco de parecer um louco, fiquei amigo de mim. Desde então, nunca mais fiquei só.
Encontrei a minha paz.

Fui atrás da fórmula da família perfeita e encontrei a minha família. Descobri que não era tão perfeita, assim como todas as outras, mas fazia parte de mim e me fazia bem.
Encontrei minha fortaleza.

Fui atrás da fórmula da felicidade e encontrei amigos. Um sorriso e um abraço de cada um deles já me é suficiente para que eu possa me sentir melhor ou mais útil. Percebi que cada amigo é uma fração de mim.
Encontrei a minha felicidade.

Hoje, procuro uma fórmula para a vida. Ainda não encontrei, talvez nunca encontre, mas sei que o que tenho já é dádiva. A vida é do meu jeito, seja ele qual for. Essa deve ser a fórmula.
Encontrei a mim mesmo.

Versinhos da Facul

A galera da facul toma muito no...
...bigode.

Nas escadas da facul, escorreguei e quebrei o...
...pé.

No estacionamento da facul, pisei na bosta que saiu do...
...boi.

Nas rampas da facul, tropecei e entortei meu...
...joelho.

No lodo da facul, escorreguei e rasguei o...
...braço.

Na biblioteca da facul, entra poeira até no...
...ar condicionado.

Nos cantinhos oê da facul, as pessoas dão muito...
...beijo!

O professor da facul tem cabelo até no...
...nariz.

A professora da facul usa uma calça tão apertada que divide até o...
...buxo.

E, agora, o mais querido, o início de tudo:

Nos banheiros da facul, abra o olho e feche...
...a porta.

Sônia

Eu, Sandro, estava em minha casa. Sentado, próximo à janela, escrevendo uma carta. Uma carta nos dias de hoje parece algo brega ou ultrapassado. Mas me parecia a forma mais sincera de expressar o que eu sentia por Sônia. Acho essa coisa de emails fria demais. E eu gostava, curtia cada momento, cada sentimento transformado em palavra. É uma sensação que eu não consigo descrever de jeito nenhum.
Foi quando tocou a campainha. E eu pensei "Meu Deus, logo agora que eu tava no auge!"
Mas fui abrir a porta. Não se tratava de agente de saúde, carteiro, nem do homem do gás. Era Sônia, tão linda, tão doce, eu a recebi com um abraço e um sorriso que não cabiam em mim.
- Pensei que você só chegaria à noite.
- É que eu queria te ver, tava com muita saudade.
- Linda, eu tambem tava com muitas saudades suas.
A gente sentou no sofá e ficou horas conversando, ela contava o que tinha feito durante o tempo que a gente não se viu e eu tambem. A gente se dava muito bem, a gente se amava e não tinha aquelas crises de ciúme. A gente dividia muitos amigos, e eram tantos. Enfim, a gente era muito feliz.
Lembrei de como a gente se conheceu e rimos bastante.
Foi assim: Eu estava sentado em uma parada de ônibus e não vi quando ela se aproximou. E lá vinha meu ônibus. Ele só passava de meia em meia hora. Foi quando eu levantei rápido e esbarrei em Sônia, derrubei todos os seus livros e perdi meu ônibus, mas eu tinha que ajudá-la, pedi milhões de desculpas e ela dizendo com aquela linda voz que não era nada. Perguntei onde ela morava e se ela queria que eu a acompanhasse. Ficava um pouco longe de casa, mas eu estava evergonhadissimo e era uma forma de pedir-lhe desculpas. Ela aceitou, logo seu onibus veio e fomos embora. Ela tinha ido a biblioteca e havia se interessado por vários livros. Ela adorava ler, peguei esse ótimo habito com ela que lia um livro e depois me emprestava pra a gente passar horas conversando sobre ele. Chegando na casa dela, eu muito sem graça, lhe dei um abraço e pedi desculpas novamente. Ela me perguntou se eu queria água. Bom, eu realmente queria, então entrei, tomei coragem e lhe disse:
- Olha Sônia, Deus nao coloca as pessoas no caminho das outras por acaso.

Ela riu e eu deixei meu telefone. Havia sentido algo diferente, mas não sabia bem o que era, nao imaginava nunca que me apaixonaria assim.

Bom, hoje foi um dia feliz, eu pude ver a Sônia. Ela me faz sentir melhor, sabe. Nossas conversas são maravilhosas. Gosto de vê-la sorrir, é o seu sorriso que me traz de volta a vida quando eu acho que tudo está acabado. Ela é tudo que eu sempre quis e não sabia pedir.

Depois de muitas horas nos despedimos:
- Te amo, Sandro.
- Você é minha vida, Sônia.
Nos beijamos por um longo tempo. Depois ela se foi e eu já estava com saudades. Voltei para continuar a carta. Mas ela não estava mais lá. Talvez o vento, talvez a Sônia. O amor é lindo de se ver, de se falar e, principalmente, de se sentir. Eu amo a Sônia... E o vento continua levando, para ela, as minhas palavras mais carinhosas...

Um sonho no papel

Pegou seu caderno, sua caneta cor de ouro e escreveu...

"A Princesa Maria"

Num castelo muito distante, vivia uma princesa. Maria era filha do rei Astroldo, um homem duro, porém muito bom para a menina. Isso causava ira e inveja em uma pessoa. Jocastra tinha Maria como entiada há 15 anos. A menina perdeu a mãe ao nascer. Sempre foi a mais importante para o pai, fazendo com que Jocastra ficasse pra outra hora. A mulher era má e detinha um certo poder: transformar as pessoas com a ajuda de um cajado de prata que escondia no sótão. Esse cajado perderia seu poder se entrasse em contato com a luz do sol e só as fadas da floresta sabiam disso. Um dia Astroldo recebeu uma mensagem de que seu reino estava sendo atacado e precisou sair com urgência. Sabia que Maria não gostava de Jocastra, mas não tinha outro jeito. A princesa foi chamada ao salão real. Ao entrar, Maria estranhou a delicadeza da sua madrasta. Ela disse que precisava mostrar-lhe algo no sótão. Maria a seguiu. Jocastra pediu que a moça entrasse primeiro e assimque entraram, fechou-se a porta. A madrasta foi até um baú e de lá retirou o cajado, enquanto dizia: "Maria, a preferida, seu pai não tem tempo para mim, nunca teve, mas agora nem pra você ele terá, porque ele nunca mais verá seu belo rostinho, minha querida!". A princesa não pode nem entender o que estava acontecendo, quando percebeu, havia encolhido. "Que sensação estranha!". A malvada fez questão de colocá-la em frente a um espelho. "Oh, não!". Maria havia se tranformado numa lagarta. Jocastra guardou o cajado no baú, pegou as chaves e saiu às gargalhadas. Na floresta, pelos arredores do castelo havia um outro reino, de fadas. Rebeca, a menor delas, espiava pela janela do sótão e viu a raiva e o sentimento de vingança de Jocastra. Espantada com o que viu, conseguiu entrar no sótão por uma fresta na janela. Falou com a princesa transformada em lagarta, disse que sabia reverter a situação. Mas ela precisa va da ajuda do gatinho Rudolph, o amigo da princesa. Só que não o encontraram, porque ele havia fugido com o susto. A porta se abriu, era os soldados da madrasta que iriam levar Maria para a floresta. Eles viram a fada e logo contaram a Jocastra que fez um feitiço e a jogou na mata. Agora estavam todos perdidos naquela floresta escura. De repente algo se mexe entre os arbustos. Todos ficaram imóveis! "Rudolph, você nos assustou!". Na verdade, ele estava mais assustado que todos. Rebeca contou ao gato como desfazer o feitiço. Bem devagar, Rudolph volta ao castelo, rouba as chaves de Jocastra enquanto ela se admirava no espelho. Quando a malvada descobriu era tarde demais. O cajado já havia visto a luz do sol e ela ja estava se transformando em lagarta no lugar de Maria. Enquanto isso, a moça se transformava numa bela fada. Mas não era uma simples fada. Uma fada que um dia foi lagarta, tem asas de borboleta.


Terminada a história, Rebeca juntou toda sua família e foi contá-la. Estava muito feliz por perceber que o fim de um sonho poderia ser o início de uma história.


Fim da trilogia da menina Rebeca. Penou, sonhou e escreveu. As fases de sua história foram importantes. Agora ela está satisfeita. Rebeca é uma criação de Flavitcho e Milla. Então nada melhor que conhecer um pouco mais o blog dela, né?! http://galinhacrioudente.blogspot.com/

Fragmentos de Pensamentos

Rebeca, de repente, acorda em meio a uma floresta. Nada parece normal. Ela ouve gritos de socorro, porém não sabe de onde ou de quem saem. Olha bem o lugar. Tentar voltar, mas não consegue. Lembra que estava tentando escrever, não conseguindo e curiosa com os gritos, decide seguí- los. O caminho que segue está repleto de lagartas, mas ela não sente nojo ou nada parecido. No mesmo momento que ela percebe que os gritos ficam mais fortes, ela cria asas, transforma-se numa fada. E vê que várias asas de borboleta guiam seu caminho. Ela sabe, então, que tem algo a fazer. Seguindo as asas, rebeca avista um castelo, segue os gritos e por uma janela, contempla a cena: no salão, havia uma madrasta e uma princesa, dona dos gritos, vários soldados ao redor. Quando de repente, a madrasta tem a palavra: "Maria, a preferida, seu pai não tem tempo para mim, nunca teve, mas agora nem pra você ele terá, porque ele nunca mais verá seu belo rostinho, minha querida!" Depois disso, Rebeca viu, como num passe de mágicas, a princesa se transformar em algo muito pequeno, uma, uma, uma... (Rebeca apertava os olhos para ver). Assustada, Rebeca acorda e percebe que toda a história que ela buscava já estava pronta em sua cabeça...


Esse conto tem uma participação especial... E o blog dessa pessoa merece ser visitado. http://galinhacrioudente.blogspot.com/

Tentativa

Era uma criança, uma linda menina de 9 anos de idade, adorava escrever e contar suas histórias para todos. Escrevia sobre reinos distantes e se empolgava com suas princesas. Um dia resolveu falar do início, mas não sabia de que início... Sabia que tudo começava e que tudo teria um fim, mas sempre se impressionava mais com o final do que com o inicio. Os finais pragmáticos não a entusiasmavam. Gostava muito dos finais misteriosos, enfim dos finais mais revolucionários, então resolveu começar pelo fim. Mas como falar do início começando pelo fim? Como terminar sem começar? Até porque se o fim seria "final feliz", o começo deveria ser dramático? Não? E se fosse inacabado e começasse do nada? Não também. Ela refletia, queria uma história que todos aplaudissem, com que todos pudessem se sentir mais felizes ou que mudasse algo na vida das pessoas. Queria uma boa história e, através disso, induzir a sonhos ou reflexões. Mas faltava inspiração. Olhou pra tv, estreava um novo programa. Ilana, sua gatinha de estimação teve filhotes. Anoitecia. Maria preparava o pão para colocar na torradeira. Procurava de todas as formas um começo ou um final para sua história. E, na tentativa de começar sua nova história, adormeceu sobre seu caderno de contos sem escrever nenhuma linha.

Conto de Flavitcho e Milla

Não deixe de visitar o blog de Milla: http://galinhacrioudente.blogspot.com/

Sonhar ou Acordar?

sonhando perdi as horas e vi que precisava me organizar.
sonhava, sonhava e nada mudava de lugar.

resolvi acordar e parecia ser muito tarde.
ou talvez eu me escondesse de uma forma covarde.

mas preferi continuar sonhando eternamente.
e, assim, percebi que a vida era melhor, realmente.

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